O prólogo dos 26 anos

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Ah, 2 de Dezembro. Mais um aniversário na minha vida. Mais um dia em que recebo vários parabéns e eu me envaideço e fico louco de alegria por isso. Mas esse ano foi diferente. A semana começou louca, meu pai teve um súbito problema de saúde e teve que ser internado no hospital. A madrugada inteira fiquei pensando e preocupado com o que poderia ser e parecer. 

Na noite seguinte, estou quase indo dormir, quando acontece o lamentável e triste acidente com a Chapecoense. Mesmo publicando notícias aqui no Blog, eu fiquei muito tocado, muito mexido, muito mal. Quem disse que eu dormi? Só fui dormir quase as duas horas da tarde. Não saí mais de casa naquele dia. Eu tinha medo. Medo de verdade. Não queria colocar os meus pés pra fora de casa. Aquela tragédia me colocou um pé de realidade de uma cidade extremamente perigosa como está o Rio de Janeiro. Todas as noites eu saio da Central por volta de onze e meia da noite sem poder mexer no celular porque não tem ninguém do Centro Presente ali pra me deixar minimamente seguro. E eu quase fui assaltado ali duas vezes. O policiamento na área é quase zero. Dá medo. É surreal sentir isso. É paranóico. 

Como vou comemorar um aniversário se eu e o mundo todo estamos tristes? Por isso mais refleti do que comemorei

Nisso, paro e penso o valor da vida, da amizade, o valor dos pequenos momentos, o poder de dizer aquilo que se sente porque a gente não sabe quando pode ser a última vez. Por isso pensei nessa passagem aproveitar mais a vida, aproveitar  os amigos, as pessoas, viver histórias de uma maneira intensa, forte, incrível.

A gente não sabe quando a vida acaba. A gente não sabe o que pode acontecer nesse mundo onde tudo pode, quando não deveria ser assim.

Fiquei pensando: o que eu faço? O que eu devo fazer?

Tenho muitos objetivos ainda, e posso dizer que não cumpri metade dos objetivos que eu coloquei ao fazer 25, um quarto de século de vida. Um dos objetivos é expandir o Blog, além de expandir o Blog é firmar ensaios fotográficos meus, aqui no Blog ou então de colegas. O que importa é que terão esses ensaios. Objetivos pessoais é voltar a faculdade, até porque é fundamental uma formação na área do jornalismo.

Temo a vida louca como ela é, temo esse mundo louco que vivemos e que a cada dia estamos sujeitos a algo novo. Refleti demais nesse final de semana, o horror da tragédia da Chape me fez parar e pensar na vida, rever prioridades, não ser tão louco de me arriscar de certa forma, sim.. pode ser sinal da idade. Eu, com 19 anos iria pra qualquer lugar a qualquer hora. Hoje eu não faria isso, mesmo! 

Amizades..a vida é tão louca que num ano você tem amigos que você achava que fossem eternos mas que logo em seguida deixam para sempre a sua vida. Isso é bom. É muito bom ter um tempo da vida pra acordar mediante a situações. Nunca, na minha vida quis fazer média com ninguém. Quando eu era novinho, tinha poucos amigos. Até hoje tenho, mas hoje falo com muita gente, gosto de muita gente e sei que muita gente gosta de mim. Amizade não necessariamente você precisa estar perto da pessoa. O que importa é o que você sente e como essa amizade resiste com o tempo. A eternidade é temporária. Não preciso puxar saco de ninguém. Quem me via como alguém que queria fazer média certamente se incomoda por ver uma posição sua de popularidade ameaçada por essa pessoa ou não admite ou não entende como uma pessoa é querida. Não quero ser popular. E nem me acho assim.

Gosto de pessoas, gosto de gente. Claro que ser assim te traz consequências negativas mas o saber que você tem a sua consciência tranquila é muito bom.

Aproveite o seu amigo. Os seus pais, a sua família, diga que ama. Ame, ame muito. Viva intensamente. Isso é viver e não problematizar tudo por achar que estou fazendo média.

Até porque média boa é com café com leite e pão com manteiga bem quente.

É uma lição, é esse o meu prólogo pra 2017, aos 26.

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