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Conheça as propostas de Carlos Osório para a Prefeitura do Rio

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Carlos Osório é empresário e tem 50 anos de idade. Passou pelos dois mandatos de Eduardo Paes como secretário de transportes. Foi secretário estadual do Governo Pezão. Atualmente é deputado federal tendo sido eleito com 70 mil votos em 2014 e a convite de Aécio Neves hoje faz parte do PSDB. 

Osório é o último entrevistado do BLOG no primeiro turno das eleições para prefeitura do Rio. É preciso relembrar que o BLOG entrou em contato e enviou a entrevista para todos os candidatos. Apenas Osório, Índio, Cyro e Thelma responderam ao BLOG. 

Confira aqui a entrevista completa: 


​SEGURANÇA PÚBLICA

1 – Sabemos que a Polícia Militar é de responsabilidade do Governo Estadual. De que forma o Município poderá agir em parceria com o governo ou sem parceria para diminuir os índices de violência na cidade?

A Guarda Municipal voltará para as ruas e trabalhará em sintonia com as polícias Civil e Militar. Vamos enfrentar esta questão com inteligência. Segurança pública é mais do que polícia, é iluminação pública, são programas sociais nas comunidades, é recuperar a capacidade da prefeitura de atender e acolher os dependentes químicos e a população em situação de rua. Segurança é também levar esporte, cultura, educação e saneamento para a população. 

2 – Como vai trabalhar a Guarda Municipal? 

A Guarda Municipal será valorizada, bem treinada e equipada. Vamos regulamentar a Lei Federal 13.022, que criou o estatuto das guardas municipais, que empodera e dá novas responsabilidades à corporação, como poder de polícia para atuar em espaços públicos. É um absurdo que a prefeitura abra mão de 7.501 guardas para cuidar da porta das escolas, das praças, dos parques e dos locais de grande circulação. Outro compromisso é utilizar o Centro de Operações da Prefeitura como um Centro de Inteligência da GM, em articulação direta com o Centro Integrado de Comando e Controle do Estado.

3 – O senhor pretende armar a GM? Por quê? 

Vamos implantar o Estatuto da Guarda e iniciar o armamento de um grupo da GM, cerca de 10% do efetivo, com rigor no treinamento e capacitação desses profissionais em articulação com as forças de segurança.

4- Qual a sua principal proposta na área da segurança? A partir de quando pretende implementa-la e quanto será investido? 

Nossa proposta é que a Guarda Municipal atue em formato similar ao programa “Segurança Presente”, garantindo a implantação de áreas com tolerância zero, em todas as regiões da cidade. Buscaremos, sempre que possível, a parceira com a iniciativa privada.

5 – As parcerias com a iniciativa privada nos programas como “Operação Segurança Presente” em locais como a Lapa, Aterro, Lagoa, Centro vão continuar? 

Sou um candidato que está se apresentando para construir. Não sou da política tradicional. Nossa proposta para a Guarda Municipal é implantar um estatuto que dá novas atribuições e a coloca de volta às ruas nos moldes do projeto Segurança Presente.

6-  Há alguma ideia para ajudar o Estado na recuperação dos presidiários na sua reinserção a sociedade, visto que alguns não conseguem trabalho após estarem na cadeia e consequentemente voltam ao crime? 

Temos obrigação de, como agentes públicos, acolher e ajudar na reinserção dessas pessoas, desde que tenham cumprido suas respectivas penas. Como prefeito, estarei sempre aberto a ouvir propostas que busquem aumentar a integração social. 

TRANSPORTES 

7 – A passagem de ônibus hoje na cidade do Rio de Janeiro custa 3,80. Acima da inflação e considerado irregular pelo Tribunal de contas do município.  Como vc vai trabalhar o preço da passagem de ônibus? 3,80 é um valor considerado justo? 

A tarifa de R$ 3,80 é cara sim. Minha preocupação é com a manutenção das duas viagens do Bilhete Único, sem subsídios. 

8 – Prometeu se que 100% da frota de ônibus até o fim do ano teria ar-condicionado. Hoje esse número não chega a 60%. Você vai cumprir essa medida? Até quando? Quanto custará? 

* O candidato não respondeu  

9-Sabemos que cerca de 25% das empresas de ônibus no Rio são comandadas por Jacob Barata, um homem que segundo investigações tem conta secreta na Suíça de mais de 270 milhões além de relações estreitas com o atual prefeito Eduardo Paes. Até quando o sistema de ônibus será monopolizado por esse senhor? 

* O candidato não respondeu

10 – Como você pretende gerir o sistema de ônibus na cidade? 

Vamos rever os contratos e discutir com a população o que é melhor para ela. Não podemos permitir que o cidadão seja punido, por exemplo, com o pagamento de uma terceira passagem.

11 – A racionalização das linhas de ônibus será mantida ou modificada? Como vc vê esse projeto? 

Vamos reavaliar os sistema de transporte público por ônibus na cidade. Com relação ao programa de racionalização das linhas de ônibus, que foi implantado de forma equivocada pela prefeitura, vamos suspendê-lo imediatamente para rever todas as alterações, sempre ouvindo o usuário. O objetivo será garantir a boa prestação do serviço, sem onerar os passageiros com pagamento de uma terceira passagem.

12- Como você vai trabalhar o BRT? Haverá novos corredores? 

A prioridade será garantir a integração física, tarifária e operacional entre os meios de transporte, colocando para funcionar adequadamente a nova infraestrutura construída. Vamos estabelecer parcerias com o Estado e a inciativa privada para expansão do metrô. A implantação dos corredores BRT representou um avanço para a mobilidade do Rio. Porém, ainda é necessário investir no sistema existente, por exemplo, completando o projeto original do BRT Transoeste, com a implantação da ligação direta Campo Grande-Recreio-Barra, com o aumento da capacidade das estações, que estão sobrecarregadas, e refazendo trechos da pista, que estão sem condições de tráfego. Vamos dar continuidade às obras do BRT TransBrasil, que não será entregue pela atual administração.

13- Mesmo após a Olimpíada, as obras do VLT ainda continuam, inclusive causando um certo transtorno as pessoas que circulam diariamente pelo Centro, especialmente em torno da Central do Brasil. O VLT será expandido? O que você pretende fazer com o VLT? 

Hoje, existem dúvidas quanto a sua viabilidade econômico-financeira do VLT. A prefeitura não tem tratado este tema com a necessária transparência. Isso precisa ser modificado para garantir a sustentabilidade deste projeto. Também é indispensável alcançar melhor integração física, operacional e tarifária do VLT com os outros modais de transporte.

14 – Sobre o preço dos pedágios da Linha Amarela e da Transolímpica, muitos motoristas reclamam que está muito caro. Você concorda com isso e como pretende trabalhar essa questão? O contrato será reanalisado? Pode se trabalhar com a possibilidade de uma isenção de pedágio no período de duas horas? 

O primeiro passo será auditar o contrato para reavaliar. Vamos baixar os custos se isso for possível. O preço atual é muito caro. Eu diria que existe um desequilíbrio.

15 – Qual a sua opinião sobre o Uber? Será regulamentado? 

Vamos regulamentar o aplicativo Uber, dentro das normas da prefeitura, tendo o interesse público e a política de mobilidade como norte. Vamos, também, valorizar o sistema de táxis, facilitando a vida do taxista, que hoje tem de se submeter a inspeções e vistorias diversas vezes no ano.

SAÚDE 

16 – Qual o seu grande projeto na área da saúde? 

A saúde pública está à beira de um colapso. Vou devolver os R$ 750 milhões que foram retirados do orçamento nos últimos três anos. Além disso, vou determinar, na primeira semana, uma revisão nos contratos das Organizações Sociais (OSs) para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e o perfeito funcionamento das Clínicas da Família e das UPAs. Vamos acabar com as filas no sistema de regulação com a criação das Clínicas de Especialistas, que vão garantir o atendimento em consultas, exames e internações. Vamos informatizar toda gestão e garantir informação em tempo real ao cidadão.

17 – O que o senhor pretende fazer com os Hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer que pertenciam à rede estadual e o município assumiu este ano?

Vamos manter a municipalização dos dois hospitais, mas vamos mudar sua gestão. A prefeitura fez apenas obras de maquiagem, botou piso de granito e pintou paredes, mas não mudou de verdade o atendimento. Nosso foco será garantir aos pacientes um atendimento e acolhimento de qualidade.

18 – O  sistema de Organizações Sociais que administram algumas unidades de atendimento vai continuar? Pretende também dar continuidade ao programa “Clínica de Família” ou criar um novo modelo?

Logo na primeira semana de governo, vou baixar um decreto determinando que a secretaria municipal de saúde realize uma auditoria e reavalie todos os contratos das Organizações Sociais. A realidade é que elas não estão funcionando bem. Existem problemas de controle e de fiscalização, que resultam em desvios de recursos e mal atendimento à população.  Vamos cancelar todos os contratos que não atenderem o interesse público e modificar a maneira de gerir a saúde, informatizando e integrando a rede, comparando dados do nosso sistema, de modo a encontrarmos as melhores práticas para disseminá-las pelas unidades.

19 – O que será feito para que o Rio não enfrente uma epidemia de zika ou chikungunya no próximo verão? Explique, por favor.

Vamos intensificar o sistema de prevenção, investindo em campanhas educativas e reforçando a fiscalização nas áreas de proliferação de vetores. 

20 – Nas contratações, o que seria prioridade: O regime estatutário ou usaria a RioSaúde que contrata via CLT? 

Para ser servidor público é preciso vocação, dedicação e grandeza. E nós, moradores da cidade do Rio de Janeiro, temos de agradecer aos servidores que constroem o dia a dia da nossa cidade. É assim que nós vamos nos pautar dentro da prefeitura, com diálogo aberto e compreensão da importância da construção em conjunto. Assim, vamos levar o Rio de Janeiro, realmente, para o século XXI.

21 – É possível um plano de cargos e salários que seja atrativo na área da saúde? É viável? Como seria feito? 

O serviço público não é prestado por máquinas, números ou planilhas. São servidores motivados e capacitados que atendem a população. Vou valorizar esses profissionais, priorizando a indicação de servidores de carreira para cargos de chefia em todas as instâncias da administração municipal. Vamos rever os planos de cargos e salários e investir na formação profissional dos nossos servidores. Na minha passagem pela prefeitura, trabalhei diretamente com os servidores e conheço a capacidade deles. Nunca me escondi em gabinete e, como prefeito, estarei ao lado dos servidores para garantir o bom atendimento a população.

22 – Qual a sua opinião sobre as terceirizações e os cargos comissionados na Saúde e na Educação? 

Vamos rever todos os contratos para garantir que tudo funcione bem, a serviço do cidadão.

 

EDUCAÇÃO

23 – Qual é o seu projeto na área da educação? Como será feito? 

Nossa proposta tem dois eixos principais: a universalização das vagas em creches e pré-escolas e a melhoria do ensino em toda a rede. Para avançar nas creches e pré-escolas, onde hoje temos quase 85 mil crianças fora da sala de aula, investiremos na rede conveniada, para dar mais qualidade ao serviço e aumentar o número de vagas. Também incentivaremos novos convênios. Por outro lado, a prefeitura investirá, também, na ampliação da sua rede própria, trazendo para o Rio modelos bem sucedidos como o implantado em Belo Horizonte. Nas escolas, atuaremos na recuperação da rede existente e na valorização e capacitação dos professores. Investiremos firmemente em tecnologia, cultura e educação física para, além de qualificar ainda mais a rede, manter o aluno motivado, com vontade de frequentar a escola.  Outra meta é implementar, gradativamente, o reforço escolar para os alunos que ficarem abaixo da média, ao fim de cada bimestre.

24 – A meta da atual gestão era chegar em 2016 com 35% dos alunos de 1º ao 9º em regime de ensino integral. O senhor pretende ampliar essa projeção? Como?

A meta estabelecida pela prefeitura para 2016 dificilmente será alcançada. Temos enormes desafios na área da Educação. Hoje são mais de 80 mil crianças sem creche e pré-escola no Rio. Vamos ampliar a rede da prefeitura, fazer parcerias com as creches que já existem nas comunidades e qualificar a nossa rede conveniada, para garantir oportunidade a todos. 

25 – Como você vê o projeto das Escolas do Amanhã? 

O programa Escola do Amanhã foi desvirtuado do planejamento inicial, que consistia em investir na rede existente, com vistas à melhoria da qualidade e à expansão do ensino em tempo integral. O que vemos hoje é um programa mais de marketing político do que de educação. As escolas do amanhã estão sendo inauguradas a toque de caixa, por conta do calendário eleitoral, muitas delas até mesmo sem ligação de energia elétrica

26 – Será mantida uma política regular de concursos públicos principalmente para os Professores? 

Precisamos ampliar a rede. Com isso, consequentemente precisaremos de mais professores.

27 – Como será o seu diálogo com o SEPE? 

Não é possível que haja uma briga eterna, uma guerra fria, entre a prefeitura e os professores. Para termos educação de qualidade, precisamos de professores bem treinados, motivados e bem remunerados. Nós vamos implantar a formação continuada do professor e também rever o Plano de Cargos e Salários do magistério municipal.

28 – Como será feito o Plano de cargos e salários da Educação? 

Sem professor motivado, bem treinado e qualificado não se pode sonhar com uma educação melhor. Vamos acabar com esta discussão, com este conflito que existe entre a prefeitura e os professores. Vamos rever o Plano de Cargos e salários, mas com discussão, ouvindo as pessoas, coisa que a atual administração não costuma fazer.

29 – A Rede será ampliada? 

Vamos convidar mais empreendedores para serem parceiros da prefeitura. Assim, confiando nas pessoas, vamos caminhar muito mais rapidamente. A educação talvez seja uma das belas missões do poder público: dar oportunidades iguais a todos. Hoje, a prefeitura do Rio está tratando a educação como marketing político, construindo escolas gigantescas, sem professor para colocar dentro

GESTÃO E FINANÇAS

30 – Qual a sua avaliação sobre a situação atual da prefeitura?

O Rio de Janeiro não é a ilha da fantasia que faz querer crer a atual administração municipal. Vamos implantar uma reforma administrativa, agrupando órgãos e secretarias por macro funções, com o intuito de aumentar a eficiência da máquina e livrar o serviço público das indicações políticas. Com a medida, serão eliminados também carros oficiais, telefones celulares, verbas de representação e de gabinetes, além de significativa redução nos custos de caráter administrativo. A reorganização administrativa da Prefeitura será uma oportunidade para dialogar com a sociedade e os servidores, com vistas a avançar nas políticas públicas e reorientar a prefeitura para servir o cidadão. É importante ressaltar que o plano não prevê desligamento de servidores concursados, mas sim de cargos comissionados ocupados por indicações políticas. 

31 – Na campanha de 2014, o PMDB mentiu ao dizer que as finanças do Estado estavam uma maravilha. E o governador em exercício, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública e deve declarar falência nos próximos dias. Pode acontecer o mesmo no município?

O que a prefeitura faz hoje é não reconhecer que vivemos um grave problema. Vamos aos números. De 2012, ano eleitoral, até o ano passado, o gasto, na prefeitura, com pessoal, principalmente em cargos especiais e pessoal de livre nomeação, cresceu quase 11% acima da inflação. Por que cresceu? Porque a prefeitura está aparelhada politicamente como nunca esteve, com o objetivo de perpetuar um grupo no poder. Essa eleição é uma oportunidade para mudar isso, com alternância a poder. Manter este grupo dominante é garantir que teremos problema mais adiante.

32 – Qual será o foco da sua gestão? 

Faremos uma gestão focada nas pessoas, com menos cimento e mais sentimento. Chegou a hora de mudarmos o foco da gestão. Não vou construir ponte, um viaduto, um túnel enquanto os serviços essenciais para a população não estiverem funcionando bem.

33 – A máquina pública será enxugada? 

O Rio de Janeiro tem, hoje, 29 secretarias, mais do que o estado, que está falido, e mais do que o número de ministérios do governo federal. A razão disso é o loteamento da máquina pública para garantir a perpetuação de um grupo no poder. Vamos reduzir à metade o número de secretarias, implantando uma reforma administrativa, que visa agrupar órgãos e secretarias por macro funções, para aumentar a eficiência. Meus secretários serão escolhidos por critérios técnicos, entre os melhores quadros da sociedade e servidores públicos altamente capacitados. Para isso, é preciso ter credibilidade.

34 – Qual a sua avaliação sobre a saúde financeira do município? O que deve ser feito?

O Rio de Janeiro não é a ilha da fantasia que faz querer crer a atual administração municipal. Posso dizer, categoricamente, que as afirmações de que o Rio está com as finanças equilibradas não é verdade. Vivemos um cenário de queda de arrecadação, de pressão nas despesas de pessoal, por conta do aparelhamento político da prefeitura, além de despesas adicionais decorrentes de compromissos que eram dos governos estadual e federal e que foram assumidos pela prefeitura.  Para enfrentar esta situação, o Rio precisa de alternância de poder

35 – O senhor pretende aumentar algum tributo municipal caso seja eleito? Qual e por quê?

Não vou aumentar nenhum tributo.

36 – Como estimular a geração de empregos e o empreendedorismo na nossa cidade? 

O prefeito do Rio de Janeiro tem de ser o grande vendedor da cidade, tem de atrair oportunidades. Vamos investir nas nossas vocações. Onde se tem um diferencial competitivo, se avança mais rapidamente. Vamos investir na indústria dos serviços, no comércio, na indústria criativa, no audiovisual, na cultura, no esporte, na ciência e na tecnologia. Essa são as nossa vocações, nossas oportunidades, e é por aí que vamos. Ano que vem, por exemplo, iniciaremos um programa ambicioso de saneamento, com PPPs, em 25 comunidades, atendendo a 400 mil pessoas. Claro que saneamento é dignidade, é saúde, é meio ambiente, mas também é geração de emprego. A cada R$ 1 bilhão investido em saneamento são criados 58 mil empregos diretos.

37- O senhor tem conhecimento da situação da Previ-Rio? Há o risco dos salários do município não serem pagos em dia, como ocorre no Estado?

O Fundo de Previdência dos Servidores Municipais está quebrado. Hoje, o Tesouro Municipal tem que completar os recursos para o pagamento de aposentados e pensionistas. Teremos que implantar, com urgência, uma recapitalização do Funprev. Para isso, abriremos diálogo com os servidores para encaminhar as soluções. O funcionalismo municipal preocupa-se, com toda razão, de passar, no futuro, pelo que passam, hoje, os servidores do estado. Para eliminar este risco, é fundamental que o Rio eleja um novo prefeito, que tenha experiência, independência e capacidade para enfrentar a crise.

38- A atual gestão adotou em vários setores as Parcerias Público Privadas (PPPs) e concessões. Pretende manter esses modelos?

Sim. Vamos seguir apostando nas Parcerias Público Privadas. Num momento de redução da capacidade de investimento do município, parceiras com a iniciativa privada serão fundamentais para que o Rio siga avançando. Temos enormes oportunidades, em várias áreas, e vamos perseguir todas elas. No saneamento, as PPPs serão prioridade. Para atrair investimentos privados é preciso um prefeito que tenha credibilidade e articulação.

39 – Qual é o tamanho do secretariado que você pretende montar? Pretende reduzir o atual efetivo? E qual será o critério de escolha para os gestores das pastas?

A ideia é implantar uma ampla reforma administrativa, agrupando órgãos e secretarias por macro funções. O objetivo é melhorar a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos e ampliar o alcance das políticas públicas. É importante ressaltar que o plano não prevê desligamento de servidores concursados, mas sim de  cargos comissionados ocupados por indicações políticas. Com a medida, serão eliminados também carros oficiais, telefones celulares, verbas de representação e de gabinetes, além de significativa redução em custos de caráter administrativo. Com isso, estima-se uma economia mínima de aproximadamente R$ 500 milhões em quatro anos, o que equivale, por exemplo, a 10 mil vagas em creches.

40 – Quais são os seus planos para os servidores públicos?

Serei um prefeito que vai trabalhar lado a lado com o servidor. Vamos tirar desaparelhar a prefeitura dos apadrinhados políticos.  Nós, moradores da cidade do Rio, temos de agradecer os servidores pela construção cotidiana de nossa cidade que constroem o dia a dia da nossa cidade. Comigo à frente, a prefeitura vai se pautar pelo diálogo franco com os servidores, para mostrar a eles a importância da construção em conjunto. Somente assim conseguiremos levar o Rio de Janeiro, realmente, para o século XXI. 

TURISMO

41 – Quais são os seus planos para manter a rede hoteleira com bons números após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos?

Todas as sedes dos Jogos Olímpicos, aquelas que foram mais bem sucedidas, aproveitaram os setes anos anteriores à Olimpíada para construir um novo calendário, um calendário que garantisse turistas no país durante o ano inteiro. No Rio de Janeiro, a prefeitura não fez isso. Nós vamos sair dos Jogos Olímpicos com apenas 35% da capacidade hoteleira ocupada. Nós investimos na construção de novos hotéis, fazendo a quantidade de quartos, no Rio passar de 23 mil, em 2008, para mais de 50 mil, em 2016. Porém, se nós não tivermos um calendário forte para o ano todo, acabaremos perdendo empregos que foram gerados, o que agravará ainda mais a crise econômica. A nossa proposta é construir, de fato, um calendário permanente para a cidade do rio de Janeiro. Temos que buscar uma melhor comunicação internacional. O Rio de Janeiro investiu muito pouco em feiras e eventos esportivos. Precisamos ter, na região central da cidade, um novo centro de convenções para incentivar o turismo de negócios. Demos um show na Olimpíada, mas sabemos, também, que temos deficiências na atenção e no atendimento ao turista. A nossa proposta é colocar o turismo, o lazer, a cultura e o esporte no centro da nossa agenda. 

CARNAVAL 

42 – Como dar mais força e incentivo ao Carnaval da Intendente Magalhães?

O Carnaval é uma das vocações do Rio de Janeiro. Precisamos ter atenção especial com ele. Vamos encontrar soluções conversando com as pessoas, ouvindo o que a comunidade tem a dizer. E, certamente, precisamos encontrar uma maneira de fazer ainda mais forte o Carnaval da Intendente Magalhães.

43 – Quais os seus projetos para a administração do Carnaval?

 Sou a favor da subvenção da prefeitura para as escolas de samba, por entender que o Carnaval alavanca exponencialmente os recursos destinados ao turismo, e também por tratar-se de importante expressão cultural da cidade. O Carnaval gera emprego, renda e “vende” como ninguém a nossa imagem para os outros estados do Brasil e para o mundo. Como forma de garantir o futuro dos desfiles, também daremos apoio às escolas mirins, um seleiro de novos sambistas, que também desenvolvem grande trabalho social nas comunidades.

OLIMPÍADA

44 – A prefeitura é responsável pelos equipamentos erguidos no Parque Olímpico. O senhor pretende manter os atuais planos, de entregar o espaço à iniciativa privada, ou adotar outro modelo?

Além de maximizar a utilização do legado olímpico em benefício da população, com atividades integrando educação, cultura e programas sociais, nossa intenção é também reestruturar os núcleos e programas esportivos já existentes. Para tanto, vamos desenvolver, nesses espaços, projetos para a formação de atletas, em parceria com o Ministério dos esportes, com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e com as federações esportivas. Apoiar financeiramente a instalação de projetos comunitários de esporte também é um dos nossos objetivos

OUTROS 

45 – A Quinta da Boa Vista, O Jardim Zoológico, O Campo de Santana e o Campo de São Cristóvão estão abandonados pelo poder público. Lagos sujos ou secos, animais em estado não muito bom, sem falar dos constantes assaltos. O Zoológico estava fechado há pouco tempo atrás. O que será feito nesses locais? Quando e quanto de investimento terá da Prefeitura?

As obras em andamento serão concluídas, mas posso garantir que não vamos fazer nenhum túnel, nenhuma ponte, nenhum viaduto, na cidade do Rio, enquanto não tivermos nossos bairros, nossos parques e praças bem cuidados. Vamos melhorar as calçadas, a iluminação pública. Utilizaremos a Guarda Municipal para policiar os lugares de grande concentração como parques e praças. Enfim, cuidaremos dos bairros respeitando a ambiência, a arquitetura e a cultura locais.

 

46 – Pensa em agir na limpeza das lagoas de Jacarepaguá? 

A situação de nossas lagoas é de total abandono. Reafirmo o compromisso de investir na recuperação de nosso sistema lagunar. Precisamos investir fortemente em saneamento e cuidar de nossos rios e lagoas para transformá-los em áreas de turismo sustentável, com transporte aquaviário e, principalmente, com qualidade de vida para os moradores do entorno. 

47 – A Prefeitura reformou o antigo Jardim Zoológico na entrada do Morro dos Macacos, e criou ali a Vila Olímpica de Vila Isabel. Porém há sinais de abandono, como o lago seco e sujo e um dos campos de futebol que não teve a sua construção concluída tendo ali apenas mato e ferro. A obra será concluída? 

Assim como no caso do Campo de Santana, da Quinta da Boa Vista e de outros tantos parques e praças da cidade, o antigo Jardim Zoológico, agora transformado na Vila Olímpica de Vila Isabel, receberá atenção especial. Nossa administração será pautada nas pessoas, nos bairros.

48 – A parte atrás da Central do Brasil próximo a Gamboa se encontra em quase abandono na área próxima a região do VLT. Tráfico de Drogas, Prostituição, uso de drogas constante numa região muito carente. O que será feito de concreto nessa área abandonada pelo poder público?

 A revitalização da Zona Portuária representou importante legado para o Rio. Tenho muito orgulho de ter participado diretamente da viabilização da demolição do elevado da Perimetral, eixo central deste programa. Teremos que enfrentar o imbróglio com a Caixa Econômica Federal, que detém as CEPACs da Região Portuária, e as está ofertando acima do valor de mercado, inviabilizando novos empreendimentos. A prefeitura também tem que fomentar a ocupação residencial da região, que não avançou. Será necessário criar novos incentivos para enfrentar esta situação.

49 – As favelas do Rio, ricas em cultura, empreendedorismo e muitas outras coisas ainda são um território de muito abandono por parte do poder público.  Saneamento básico, falta de uma boa base nas escolas, postos de saúde minúsculos as vezes que não atendem a demanda da comunidade, sem falar em problemas como luz, água e esgoto. Os políticos vêm sempre as favelas na época de campanha, mas pouco se faz após a eleição. Quero saber. O que o poder público pode e vai fazer pelas favelas do Rio de Janeiro? 

Saneamento é a nossa prioridade máxima. Na saúde, melhorar o atendimento da Clínica da Família, da UPA e do atendimento para cirurgias eletivas, que é muito complicado aqui. No transporte, regulamentação do mototáxi e reorganização as linhas de ônibus. O processo de racionalização dos ônibus prejudicou muito o  das comunidades. Nós vamos corrigir isso com objetividade. E o mais importante de tudo, precisamos ter uma prefeitura aberta, ouvindo a comunidade, dialogando e enfrentando as questões dos bairros. Acabou a fase das grandes obras no Rio de Janeiro. Agora, o que nós temos que fazer é tomar conta das pessoas. E essas pessoas vivem em bairros, em comunidades.

50 – Qual a sua proposta para os moradores de rua? Como fazer para colocar essas crianças na escola?

Os projetos sociais da Prefeitura foram loteados politicamente. Vamos reestruturar a rede de amparo social da cidade e integrar as políticas da área social com Educação, Saúde, Cultura e Esporte. Ampliar políticas para a população em risco social será uma prioridade. Retomaremos a capacidade de acolher e amparar dependentes químicos e a população em situação de rua.  

PESSOAIS 

O Senhor esteve nos governos Paes e Pezão. Conhece bem a máquina pública. Como garantir que um mandato do senhor pode ser melhor do que os do PMDB?

Não sou um político tradicional, não vivo da política. Trabalhei a vida inteira correndo atrás dos meus sonhos, empreendendo. Não fui indicação política de ninguém, cumpri todas as minhas missões e hoje posso dizer, com toda tranquilidade, que entre os oito candidatos sou o único que não é político tradicional ou profissional. Estou aqui por sonho, por desejo de servir, e me sinto pronto. Em quatro anos na prefeitura, sempre estive na rua, não sou de gabinete. Entreguei todas as minhas missões. Agora, assumindo esse compromisso com a cidade e os cariocas, não vamos fazer nenhuma proposta mirabolante, vamos trabalhar com o que é possível fazer. A nossa campanha vai ser pautada na simplicidade e na sinceridade.

Segundo a Revista Veja, o Senhor teria saído do PMDB porque queria se lançar candidato, mas Paes era contra e preferiu colocar Pedro Paulo. O que gerou a sua “briga” com o Prefeito e a sua ida para o PSDB. É verdade essa história?

É um conjunto de coisas: uma prefeitura focada na manutenção de poder, um partido verticalizado sem discussão interna e uma situação que desagradou meu patrão, que é o eleitor. O dia que decidi sair, estava na Praça Saens Peña, e um senhor me falou: “Sou seu patrão”. E na condição de meu patrão, ele me pediu para sair do PMDB.

Qual a diferença entre o primeiro e o segundo mandato de Paes? 

Trabalhei na administração do prefeito Eduardo Paes por quatro anos, mas no segundo mandato houve uma mudança de rota. Ela deixou de estar focada única e exclusivamente no cidadão para se orientar no futuro político pessoal do prefeito e de seu grupo. Acredito que o Rio precisa de alternância de poder. A prefeitura está inchada, servindo a interesses pessoais e não à coletividade. Acho que essa diferenciação será feita pelo eleitor.

O que move você a se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro? 

Não sou político tradicional. Construí minha vida trabalhando e empreendendo. Fui convidado, pela minha história, para servir à cidade. Em cinco anos no serviço público, sempre estive na rua, ao lado da população. Não acredito em político de gabinete. Conheço cada canto de nossa cidade e estou pronto para servi-la como prefeito. Nossa proposta vai redimensionar a prefeitura às pessoas, aos bairros e às comunidades. Sonho com o Rio integrado, pleno e feliz.

Por que o povo do Rio de Janeiro deve votar em você?

Não sou um político tradicional, não vivo da política e não tenho rabo preso com ninguém. Trabalhei a vida inteira correndo atrás dos meus sonhos, empreendendo, e, depois de ajudar a trazer os Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro, fui convidado para trabalhar na prefeitura, e aceitei o convite. Não fui indicação política de ninguém, cumpri todas as minhas missões e hoje posso dizer, com toda tranquilidade, que entre os oito candidatos sou o único que não é político tradicional ou profissional.

Qual será o seu primeiro ato enquanto prefeito do Rio de Janeiro? 

Rever a racionalização das linhas de ônibus sempre em contato com o usuário e exonerar todas as pessoas que estão na prefeitura por indicações políticas. A minha gestão vai se basear na valorização do servidor.

ENTREVISTA CONCEDIDA A LEONARDO OLIVEIRA

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