Dos candidatos de oposição para a Prefeitura, três já trabalharam na gestão Paes 

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Além de Pedro Paulo, que é afilhado político do Prefeito, Jandira Feghali, Índio da Costa e Osório já ocuparam cargos no governo

 Por Leonardo Oliveira

Na disputa pela Prefeitura do Rio, há uma chuva de críticas a gestão do então prefeito Eduardo Paes, prometendo que as coisas serão diferentes caso sejam eleitos. 

Alguns procuram se desvincular totalmente da imagem de que já estiveram próximos ao Prefeito e que já pediram votos ao mesmo. Mas vamos relembrar. 

De todos os candidatos, Marcelo Freixo, Marcelo Crivella, Cyro Garcia, Thelma Bastos, Carmem Migueles, Flávio Bolsonaro e Alessandro Molon nunca trabalharam com Paes. 

Pedro Paulo é afilhado político de Paes, e também já foi secretário e subprefeito nos tempos de César Maia também, antes de acompanhar Paes onde quer que ele esteja. 

Carmem já foi secretaria de Cultura de Duque de Caxias de 2004 a 2007. 

Crivella sempre foi apoiado por Lula e Dilma e foi ministro dela, mas nunca foi aliado do PMDB  e teve uma disputa acirrada com Pezão em 2014 ao governo do Rio

Molon seria o candidato apoiado por Cabral e Picciani nas eleições de 2008. Acabou trocado por Paes, que recebeu apoio até de Lula, o resultado é que o próprio PT não acreditou no seu candidato. Nessas eleições ele terá apoio forte de Marina Silva. 

Flávio Bolsonaro tinha uma única ligação com Paes através da sua mãe, Rogéria Bolsonaro que trabalhou na Casa Civil por sete anos subordinada direta de Pedro Paulo. Ela pediu exoneração recentemente. 

Porém os três candidatos de oposição a seguir já trabalharam diretamente com Paes. Pedro Paulo é afilhado político, e candidato da situação, então não conta. 

Carlos Roberto Osório

Osório nunca foi político. Sempre trabalhou no COB e foi um dos responsáveis por trazer os Jogos Pan-Americanos de 2007 e as Olimpíadas ao Rio de Janeiro. 

Seu trabalho impressionou Paes que o chamou em 2009 para trabalhar na secretaria de Conservação. Depois foi secretário municipal de transportes e enfrentou depois a primeira crise com o governo Paes quando iria se candidatar a Deputado Federal e acabou colocado pelo prefeito para ser candidato a deputado estadual para não prejudicar a candidatura de Pedro Paulo. 

Acabou indo para a secretaria estadual de transportes e teve outro entrevero com Paes por conta da história dos emails sobre os atrasos na entrega da Linha 4 do Metrô.

O ex-genro de Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do Brasil e dono da AmBev acabou migrando para o PSDB através de Aécio Neves, o que irritou o prefeito Paes. 

Índio da Costa

Índio da Costa não é uma novidade na política. Muito pelo contrário, sempre esteve envolvido com os bastidores e com a própria ação política. 

Ex-baterista de Rock, é afilhado político do ex-prefeito e atual vereador César Maia. Foi eleito vereador em 1996, 2000 e 2004 e de Agosto de 2001 a Abril de 2004 e de Agosto de 2005 a Abril de 2006 foi secretário municipal de Administração do governo César Maia, numa época em que Eduardo Paes também era aliado político de Maia. 

Uns dos relatores da Ficha Limpa, foi vice na candidatura de José Serra a Presidência da República em 2010. E começou a trabalhar com Paes quando foi secretário de esportes em 2013 e secretário estadual do meio ambiente em 2014. 

Deixou o governo, foi articular a criação do PSD carioca e hoje é candidato pela primeira vez a prefeitura. 

Jandira Feghali

Jandira declarou voto a Eduardo Paes em todas as eleições do Prefeito. Se candidatou em 2008 e graças ao apoio dela a Paes no segundo turno contra  Fernando Gabeira, conseguiu a pasta da Secretaria de Cultura do município. 

Não se candidatou em 2012 mas também declarou voto a Paes. Prova disso é esse vídeo de 2012 que ela declara voto ao Prefeito, contra Marcelo Freixo. 

Vídeo: Jandira diz que votar em Paes é querer o bem pro Rio

Hoje declara total oposição ao governo Paes e a Pedro Paulo. 

A política é um jogo. cercada de interesses, cada dia um político pode fazer o jogo de outro. Um dia, um pode declarar apoio a determinado político, em troca de apoio ou outra coisa e em outro momento recusar esse apoio ou renegar o seu passado. 

Antes de pensarmos na renovação é preciso pensar que desses candidatos, os citados conhecem e sabem o que é a administração pública. Sabem o que é o governo Paes porque também fizeram parte dele. 

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