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Bianca Estevam, mais uma vítima do machismo

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Bianca Estevam, 18 anos, jovem que gosta de animais e sonhava em se formar e viajar para a Itália com a mãe. Morta, enforcada, asfixiada, vítima.
Douglas Fernandes de Oliveira, tido pelos amigos como um bom sujeito, servia ao Exército, gostava de futebol e era apaixonado por Bianca.

Douglas matou Bianca com o fio do telefone na casa dela em Ramos, Zona norte do Rio. Douglas premeditou o crime. Não aceitou o fim do relacionamento e ao ver que não conseguiria convencer Bianca a voltar, resolveu de forma fria matar. A mãe a encontrou morta em casa, Douglas logo em seguida tentou se matar com chumbinho, sobreviveu e foi internado, foi preso. Se não foi, será.

Douglas seria apaixonado por ela..

Apaixonado seria a palavra?  Ou seria doente, possessivo?

Eles pareciam apaixonados mas ele queria mais. O ciúme excessivo, o sentimento de posse que ele tinha sobre ela a sufocava. Ele queria ter ela pra si. Ele queria ter o controle do que ela fazia, onde estava, quando e com quem.

Segundo o padrasto da vítima, Bianca já não conversava com ele e nem com a mãe já desde 2015, por causa de Douglas.

Mais um caso, mais uma vez vemos um homem que acha que é dono de sua namorada. Que acha que ela não pode olhar pra ninguém, falar com ninguém.

Na minha vida, conheci casais assim. Não dava pra falar um oi, que o namorado já se voltava a ofender, xingar e ameaçar, sim.. ameaçar. O que fazer com tudo isso?

Perdi amizades por causa disso. É revoltante.

O que fazer quando um namorado não permite que a namorada sequer use redes sociais? E quando ela usa, fiscaliza, hackeia, olha todas as conversas.

Que tipo de namoro é esse? Isso faz parte do machismo, do comportamento machista que o homem insiste em exercer com a mulher.

Não há confiança?

O ciúme desenfreado sufoca, faz os amigos em volta da vítima se sentirem até mal com tudo isso. A pessoa se isola, se vê num mundo onde só tem uma pessoa pra falar e controlar.

Como sair disso?

Douglas Fernandes mesmo sendo tido por alguns como um bom sujeito, também era visto como extremamente ciumento e desconfiado. Não aceitou o fato de Bianca ter terminado com ele, não aceitou o fato dela ter tomado uma atitude.

Esse crime é o reflexo desse tipo de comportamento de namorados que transformam a vida de suas namoradas num completo inferno. E não a deixam viver. O sorriso não é mais o mesmo. Não há vida. Há uma dependência doentia dele.

Um crime desse não tem perdão. Tirar a vida de uma jovem não se justifica. O motivo é tão torpe quanto o criminoso em si.

Que cada vez mais, as mulheres acordem e saiam desses relacionamentos que as sufocam. É preciso ter coragem. Esquecer o medo, se apoiar na família e em amigos.

O machismo mata, o medo mata, destrói, tira o sorriso. Ela tinha sonhos que foram tirados pela insegurança, pelo machismo, pela raiva, pelo ódio de Douglas Fernandes.

Ela apenas queria viver. Ele não deixou e tentou suicídio logo em seguida.

Ele não pode morrer. Ele tem que ficar vivo, ficar preso e todos os dias dormir e acordar com a consciência pesada e saber o que fez, saber que destruiu a vida não só dela, mas a família também. A dela e a dele.

Bianca, mais uma menina, mais uma jovem, mais uma vítima.

Quando isso vai acabar?

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Leonardo de Oliveira Brito é Jornalista. Participou de projetos como o CDD na Tela e da Agência Jovem de Notícias onde cobriu a Rio + 20, em 2012. Oficialmente começou sua carreira em 2013, no projeto Parceiros do RJ do RJTV na TV Globo. Em 2014 foi para o site SRZD onde cobriu os carnavais de 2015 e 2016 e depois, em 2018 e 2022. Também passou pelos sites Carnavalesco, Destino ATW e Na Tijuca e Eu Rio!, onde participou da criação do site. Criou o seu blog, em 2016 e em 2018 lançou o jornal online Gazeta do Rio. Hoje também é repórter do jornal A Tribuna, de Niterói.

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