Centenas de pessoas prestigiam festival no Vale do Café
O Festival de Cinema de Vassouras segue trazendo bons filmes e atrações para a cidade e para quem a visita. Nas manhãs, sessões de curtas metragens tem levado centenas de estudantes das redes pública e privada de Vassouras para assistirem os filmes.
Na segunda-feira, ainda comemorando o dia do cinema nacional, houve a exibição do longa metragem Terra Querida, do diretor piauiense Franklin Pires, contando a história de uma família que lutava para não perder sua casa na conhecida Batalha do Jenipapo.
Na terça-feira esteve presente o cineasta Emílio Domingos. Autor do premiado “A Batalha do Passinho”, de 2012, ele falou sobre sua trajetória e seus mais recentes projetos no audiovisual.
Para Emílio, uma de suas maiores alegrias é ver que seus trabalhos ajudam a mudar a vida das pessoas.
“Para mim, uma das coisas mais importantes e mais incríveis é ver que nosso trabalho ajuda a modificar a vida de alguém. Claro, que eles tem o dom e o talento e sim, sei que já vi meninos que ficaram numa situação em que tiveram que escolher um lado, mas sei o quanto o meu trabalho possibilitou ver pessoas mudando de vida. Meninos hoje estão atuando como influenciadores, trabalhando e seguindo suas vidas.”, contou o cineasta.
Ainda na terça-feira, esteve presente a diretora de televisão Cininha de Paula. Ela falou sobre o momento do audiovisual e comentou para a reportagem como vê o festival dentro do cenário artístico.
“Um festival como esse também revela novos talentos, mostra como a cultura pode e deve ser diversificada com os recursos não mais sendo centralizados só para uma região. Torna tudo mais acessível, para um novo nicho de pessoas como no interior. É muito importante.”, concluiu.
Ainda na tarde foi exibido o curta metragem “As três vidas de Frieda Wolff”, contando a história da judia que fugiu no nazismo em 1934 e se estabeleceu no Brasil.
A noite, o documentário sobre a vida e carreira de Maria Bethânia. Uma das maiores artistas de todos os tempos tem sua história contada no documentário “Maria Bethânia, ninguém sabe quem eu sou”.
Na quarta-feira a tarde houve uma conversa com o diretor dos filmes Nosso Lar e Ninguém é de Ninguém, Wagner de Assis e o ator Renato Prieto.
Questionado sobre o fato do Brasil ser celeiro de filmes religiosos e se há uma disputa de espaços, Wagner afirmou que tem espaço para todo mundo
“O Brasil é muito diverso. Acredito e quero que tenha espaço para todo mundo. Tanto para filmes como o meu, como para filmes católicos, filmes como o do Edir Macedo. Se eu quero que tenha espaço para os meus filmes, não posso ser contra os de outras religiões, que não a minha”
A tarde, houve uma conversa com a atriz Isabel Filardis. Ela, que faz parte do júri oficial do festival, falou sobre sua carreira e sobre o atual momento do audiovisual.
“O momento é outro. Não é o mesmo de quando há trinta anos eu estreei na TV Globo. Trabalhei em outros lugares mas vejo esse momento como rico no sentido de poder ter mais possibilidades de fazer o que quero e o que gosto em outros lugares. “
Sobre a sua volta a Globo ela disse que a emissora hoje é muito diferente de antes
“Vejo e com muito orgulho a presença cada vez maior de pessoas negras na televisão e em cargos grandes, sendo protagonistas. Me emociona. Quando comecei lá em 1992, eram quatro no máximo. Hoje me sinto muito feliz e realizada”
Movimentando milhares de pessoas diariamente no Centro de Convenções Severino Sombra, o último filme da noite foi do diretor Halder Gomes. “Vermelho Monet” é protagonizado pelo experiente Chico Diaz e pela atriz Maria Fernanda Cândido. O longa se passa em Lisboa e conta a história de Johannes Van Almeida que é um pintor de mulheres sem aceitação no mercado; obsoleto. Com a visão deteriorada e à beira de um colapso nervoso, encontra em Florence Lizz – uma famosa atriz em crise e insegura na preparação para o seu filme mais desafiador – a inspiração para realizar sua obra prima. Antoinette Lefèvre é uma influente marchand/connoisseur de arte que fareja o valor de obras de arte quando histórias de inspiração viram obsessão entre pintores e modelos.
O Festival de Cinema de Vassouras acontece no Vale do Café, no interior do Estado do Rio de Janeiro até o próximo sábado, 24 de junho.