Na Educação, não é difícil que os profissionais da área tenham que atuar nas diferentes esferas de ensino. É comum que um professor trabalhe nos primeiros anos de escolarização, no ensino fundamental e médio, chegando a atuar também no ensino superior.
Toda essa experiência permite observar como crianças se tornam adolescentes. E adolescentes chegam na vida adulta. Tudo muito natural, onde o tempo nos mostra o ciclo da vida.
E uma coisa que tenho observado ao longo dos anos é o prolongamento da adolescência na vida adulta. Aquela em que a gente percebe um descompasso entre a idade cronológica e o comportamento em sala de aula.
Atitudes, vocabulários e modos de pensar de estudantes adultos que agem, falam e emitem opiniões que demonstram não apenas a ingenuidade da falta de experiência – normalmente associada a arrogância –, mas também os deslocam para um universo em que a gente se pergunta:
Mas essa pessoa não é um adulto?
Todos que já respondem por si mesmos legalmente são responsáveis por seus atos e palavras. Não tem como fugir disso.
Talvez o prolongamento nas casas dos pais tenha oferecido conforto demais, talvez o menor número de filhos por família tenha feito com que a gente proteja, às vezes, demais – e por mais tempo que deveríamos.
Não sei a resposta. Talvez nunca saiba. E nada como pagar com a própria língua. Refletir sobre o que apenas pode ser sentido com a experiência.
Mas adultos infantilizados, que precisam dos pais – e não mais dos seus responsáveis legais – para resolver quase todos os seus problemas é algo que ainda me parece estranho.
Que a gente saiba educar para a autonomia, conhecimento e felicidade. Mesmo que para isso tenhamos que mostrar que, para amadurecer, é preciso passar pelos inevitáveis percalços da vida.
Essa que se quer adulta.
Carlos Henrique de Vasconcellos Ribeiro