sábado, maio 18, 2024

Conheça o cão-guia, Spirit, que acompanha há 8 anos a servidora pública federal Maria Vilela

COLUNA RIO +GeralConheça o cão-guia, Spirit, que acompanha há 8 anos a servidora pública federal Maria Vilela

Conheça o caso do cão-guia, Spirit, que acompanha há 8 anos a servidora pública federal Maria Vilela

Animal passou recentemente por uma ressonância magnética com suspeita de Mielopatia Degenerativa. Entenda a doença

Os cães-guias são adestrados para guiar seus donos dentro de casa e em espaços públicos, a atravessar a rua, desviar obstáculos que podem ser perigosos, colaborar para a entrada do tutor no transporte público e muito mais. É importante ressaltar que os cães-guias são treinados para se manterem sempre à esquerda e um pouco à frente de seus donos, aguardar o acompanhante em silêncio e parado, não se distraírem com animais e cheiros de comida, além de deixar seu responsável próximo do botão do elevador, entre outros.

Há 8 anos, o cão-guia Spirit, realiza essas e outras tarefas com a servidora pública federal, Maria Vilela, que já nasceu com deficiência visual devido a um glaucoma congênito. O animal é muito mais que um acompanhante para a tutora e chegou em sua vida através de um processo muito aguardado:

“O Spirit foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Entrei em contato com algumas instituições aqui no Brasil, fiz a inscrição e não me parecia ser uma coisa possível porque eu via fila de espera de mais de 2 mil pessoas e as instituições entregando 1, 2 ou 3 cães no máximo por ano. Então, comecei a procurar por cães no exterior. Mandei e-mail para todas as escolas de países que eu minimamente conseguiria falar o idioma, falando que eu era brasileira e precisava de um cão-guia”, afirma.

Maria explica que o projeto levou aproximadamente 6 meses até conseguir concluir todo o processo de inscrição:

“Eu lembro que estava lendo no trabalho, abri meu e-mail e dei um grito. Fiquei sem reação. Todos os meus colegas foram para trás do computador ver o que tinha acontecido porque eu realmente já não esperava mais. O resultado saiu para mim e outra brasileira, que acabamos nos tornando muito amigas. Eram 2 cachorros e eles estavam em dúvida sobre quais seriam os escolhidos para cada uma. Foram realizadas experiências e na época uma das atividades que eu fazia era Remo. Eu remava profissionalmente e os animais foram levados para uma praia, para ver como seriam os comportamentos. Isso foi crucial, porque o Spirit se saiu melhor que o Duque na praia, mais confortável com a água e o ambiente. “, explica.

Maria ressalta sobre o amor com que os cães-guia levam o trabalho:

“Eles amam guiar. É uma impressão que as pessoas podem ter errada. È muito divertido. È uma brincadeira séria. Eles sabem que se errar podem me machucar, mas ainda assim é muito legal. Percebo o Spirit no metrô, cheio e correndo, fazendo zigue-zague para desviar das pessoas”.

A tutora conta que não teve dificuldades com o cão quando chegou ao Brasil em relação ao guiar, mas sim em transportes e estabelecimentos:

“A maior dificuldade que tenho hoje é com táxi e carros de aplicativo. Recorrentemente recusam a corrida. Existem pessoas esclarecidas, mas ainda há taxistas e motoristas de apps que pensam que o carro é deles, e não possuem a consciência de que estão prestando um serviço público. A lei é feita para ser cumprida. Em alguns estabelecimentos preciso mostrar a carteirinha do Spirit e a lei 11.126”, afirma.

Recentemente, Spirit precisou passar pela ressonância magnética do CRV Imagem, com suspeita de mielopatia degenerativa. De acordo com o neurocirurgião e CEO do Centro de Referência Veterinária, o Dr. Alex Adeodato, a doença é crônica, progressiva e afeta a medula espinhal de cães adultos. Seus primeiros sinais são, normalmente de incoordenação e fraqueza em membros pélvicos que com o tempo progride lentamente, podendo chegar a uma tetraparesia não ambulatória:

“Não ser uma condição que cause dor, mas a progressiva incapacidade de locomoção impacta na qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores. O diagnóstico da MD é de exclusão. Diversas doenças podem levar a um quadro clínico semelhante, daí a importância de descartar outras causas que podem ser tratadas. Quanto mais completa a investigação, mas podemos chegar próximos ao diagnóstico”, alerta Adeodato.

O médico ressalta que a ressonância magnética e uma análise de liquor são ferramentas muito importantes para descartar outros diagnósticos diferenciais como hernias discais, processos inflamatórios/infecciosos e neoplásicos.

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