quinta-feira, maio 9, 2024

Esporte como profissão, por Carlos Henrique Ribeiro

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Sou professor de Educação Física. Há quase trinta anos. Isso significa que ao longo dessas mais de três décadas – de estudante do final da década de 1980 até hoje –, tenho a oportunidade de ver as mudanças de percepção sobre exercício físico e aprendizagem esportiva que nossa sociedade vem construindo.


No início, de verdade, nunca acreditei que alguém pudesse viver de ensinar esporte, mesmo cursando Educação Física. Talvez porque a relação entre esporte amador e profissional ainda fosse um problema. Vários atletas de basquete, boxe e natação, por exemplo, precisavam escolher se queriam ser patrocinados e viver de seus resultados, ou manter a áurea do amadorismo, que não poderia ser maculada pelo poder financeiro.


Como treinar alguém que não pode ganhar dinheiro com o que faz?


Eu também duvidava de uma profissão que ensinava alguém a correr, por exemplo: não era necessário ensinar crianças e adolescentes a algo tão natural, cotidiano e que a gente fazia em ambientes externos, tal como nos quintais das casas, nas praças ou mesmo no recreio da escola. A gente corria porque queria brincar e fazer esporte. Desde cedo.


Mas isso foi antes da geração do celular.
Os métodos de treinamento também não estavam disponíveis para a maioria da população como estão agora, os materiais de treino eram bastante inadequados e o sedentarismo ainda não eram um problema de saúde pública tal como vemos hoje, independente da idade e classe social. A gente não pensava que era necessário contratar os serviços de personal trainer para incentivar alguém a treinar. Aliás, a gente não treinava. A gente malhava.


Tudo isso foi se transformando, e o esporte passou a ter novos significados e relevância.
Hoje a profissão de Educação Física é reconhecida pela sociedade e temos um aparato legal que garante nossa atuação. Conquista de muitos que acreditam nos efeitos positivos do exercício físico em nossa saúde – física e mental.

Diversos locais para atuação, responsabilidade social e a compreensão de que o ensino dos esportes e o treinamento físico precisam ser ministrados por quem tem formação em nível superior na área.
Bom treino!

Carlos Henrique de Vasconcellos Ribeiro é professor e coordenador do bacharelado de Educação física na Universidade Santa Úrsula

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