segunda-feira, maio 20, 2024

O Brasil acorda menos inteligente, menos sagaz, menos engraçado. Jô Soares morreu. 84 anos

Blogs e ColunasBlog do Luiz Otávio OliveiraO Brasil acorda menos inteligente, menos sagaz, menos engraçado. Jô Soares morreu. 84 anos

Morreu na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos, o escritor e humorista Jô Soares. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, segundo sua assessoria. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Depois de ler sobre o falecimento do Jô Soares, a primeira coisa que pensei foi no programa que ele gravou no dia em que seu filho morreu. Esse dia está marcado. Penso muito no que Jô disse no programa: “A vida existe, mesmo quando não estamos mais nela. E a quem fica, só resta continuar.”

Em um outro programa, uma entrevista ao jornalista Roberto D’Avila, Jô Soares falou sobre o tabu da gordura. Era um tema que o Jô “tirava de letra”!

Depois de muitas madrugadas alegres com ele, chegou a madrugada triste. Perdemos a poesia, o humor e a inteligência. Ficamos mais pobres.

A sexta-feira abriu triste. Que Deus o receba em verdes e mansos vales e que conforte a família enlutada, aos quais dirigimos nossos sinceros pêsames. Uma vida grandiosa, um humorista sensacional, um pensador do Brasil.

Tristíssimo. Era um gênio, e era um bom. Mais do que entrevistador e escritor, foi um crítico finíssimo do autoritarismo. Na TV, ninguém fez mais no começo da década de 1980 para ridicularizar o autoritarismo, no Viva o Gordo.  Fica o exemplo.

Vou deixar aqui nesse texto, a fala e o personagem que mais me marcou: “bota ponta na seleção Telê…” Zé da Galera.

O apelo dominava o país por meio de um dos mais conhecidos bordões do personagem Zé da Galera, estrela do programa ‘Viva o Gordo’, de Jô Soares

Há 40 anos, teve início a Copa do Mundo da Espanha. A seleção brasileira de Zico, Sócrates, Falcão e companhia chegou em solo ibérico com status de favorita, mas não imune a críticas. O principal alvo de imprensa e torcida era o técnico Telê Santana, em razão de sua escolha por montar uma seleção sem um ponta direita de origem. A grita era personificada na voz de Zé da Galera, um inesquecível personagem de Jô Soares, que durante o programa Viva o Gordo, da TV Globo, ligava para o técnico de um orelhão para fazer o seu apelo.

Beijo do gordo…

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