Nesta quarta (30), o Fluminense bateu o Flamengo por 2 a 0, com dois gols de German Cano. A partida, disputada no Maracanã, deixa o tricolor em vantagem para o segundo confronto da final do Campeonato Carioca, que acontece no próximo sábado (2).
O jogo
Paulo Sousa surpreendeu ao escalar Marinho como ala esquerda, onde não tinha jogado. Pareceu com dificuldade de marcar. Vitinho e Everton Ribeiro, que já jogaram ali, fizeram a dupla atrás de Gabigol em posições onde teoricamente renderia bem. Time pressionava, mas criava pouco no início. Fluminense estava acuado.
Primeira conclusão a gol no Fla-Flu, aos 26min em cabeçada longe de Fabrício Bruno. Era pobre o clássico. Flamengo era dominante, de novo, mas inofensivo. Fluminense deu uma reagida e avançou mais, mas também tinha dificuldades de criar.
Polêmica com a arbitragem
Arbitragem cometeu um erro no gol de Wiliam. No primeiro lance, ele marcou impedimento de Cano que era bem próximo – parecia que estava, mas deveria seguir. Aí depois Wiliam estava legal. Quando é assim, tem que deixar seguir e ver no VAR.
Arbitragem no geral ruim, deixava o jogo parar toda hora. E meio sem critério. David Luíz e Felipe Mello meteram o braço para trás em lances em rivais, ele deu cartão para o rubro-negro e não para o tricolor que seria expulso. Ou dá para ambos ou não dá.
No final, não houve impedimento no lance. Óbvio que no gol a defesa já tinha parado. Mas bandeira impediu a chance de o Fluminense fazer a trama de gol.
Cenas lamentáveis
Papel lamentável do dirigente do Flamengo Cacau Cotta que invadiu o campo para gritar com o árbitro e dar showzinho no vestiário. Cartola do passado, atitude do passado.
O Flamengo era um time estático para enfrentar o bloqueio tricolor. Não havia uma movimentação coletiva para tirar a defesa rival da posição, do conforto. Gabigol estava fora do jogo porque precisava disso. Veremos efeitos de entradas de Arrascaeta e Pedro?
Flamengo no modo pressão aleatória. Marcava ali na intermediária ofensiva, tinha presença ofensiva, mas nada era muito coordenado. Bem pobre para o tempo de treino. Vive da capacidade de Arrascaeta de achar espaços e dos erros do tricolor provocados por pressão na frente.
Fla 0 X 1 Flu
O Fluminense passou o jogo inteiro sem conseguir atacar, Léo Pereira resolveu o problema tricolor. Entregou a bola bizarramente para Arias. Cano matou por debaixo das pernas de Hugo.
Fla 0 X 2 Flu
Gol deixou o Flamengo desnorteado. Desta vez, Arão entregou a bola e Léo Pereira deu espaço. A bola de novo foi parar em Cano sozinho para fazer o gol. A fórmula de Abel de apostar em bolas vadias teve sucesso graças aos erros crassos do Flamengo.
Foi bem peculiar a quantidade de chances que Léo Pereira teve para errar no Flamengo. Erra muito desde que chegou, já teve até proposta e tá aí vivíssimo com apostas seguidas.
Trabalho indefensável de Paulo Sousa para esta final. Nenhuma ideia coletiva de como furar o previsível bloqueio do Flu, nenhuma intensidade de fato na pressão, invenção tosca com Marinho na esquerda, nenhuma lógica, só ideia de jerico e aposta no individual.
Abel tem uma ideia limitada de futebol: defender-se contra times superiores (e às vezes inferiores), pressão na defesa rival e bola longa. Contra time mal zoneado, dá certo.
O cara do jogo
Cano teve duas chances e meteu os dois em um jogo que seu time passou o tempo inteiro lá atrás. “Ah o segundo tava fácil” Fato, mas teve calma. E o primeiro ele ganhou no pé de ferro de Felipe Luíz e matou bem.