Nunca o Rio de Janeiro esteve tão mal representado pelos seus jornais. É curioso perceber como os veículos de comunicação que melhor informam sobre a cidade do Rio de Janeiro são os fora da imprensa tradicional e os jornais de São Paulo e de Brasília
Essa semana O Globo/Extra fez uma matéria sobre os buracos e problemas das estradas na cidade. Ao invés de abordar o problema, como deveria ser e questionar a redução de verbas feita pelo prefeito, o texto e o título enaltecem um projeto que ainda não saiu do papel. O título é: “Asfalto Liso começa em fevereiro por 11 ruas das zonas Sul e Norte da cidade”. Os problemas são deixados de lado, o que importa é ouvir o lado do governante, com um projeto apresentado como grande novidade dentro de um texto, até sofrível
A onda de casos de Covid? A Prefeitura não tem nenhuma responsabilidade nessa crise? Independente da resposta, algum jornal já fez essa pergunta?
O Jornal O DIA chega a ser pior. As vezes, assim como o Extra, colocam release completo da Prefeitura
Nenhum questionamento, pergunta?
Isso não é jornalismo. Não o que eu aprendi
Jornalismo que não ouve o cidadão e ouve mais o governante não está a serviço do seu público
Aliás é curioso como tem secretário da Prefeitura que diariamente fala no RJTV, BDRJ1 sem ter mais nada para dizer. E a população? E os servidores?
Até Dezembro de 2020, o clima era raivoso. Agora é quase amoroso. Mas não era pra ser sempre crítico?
Mas não é de estranhar. É até surreal o veículo mais poderoso do Rio, ser aquele que apoiou Sérgio Cabral do início ao fim.
A imprensa do Rio está em transformação. Se por um lado novos veículos surgem e abrem horizonte, a imprensa tradicional nunca desinformou tanto como nos últimos tempos
É bizarro ver, por exemplo a Folha de São Paulo dar notícias sobre o Rio, que os jornais aqui ignoram
Essa realidade precisa mudar e olha, eu não sou nenhum gênio não, só estou cobrando o básico
É só fazer o básico. É só fazer jornalismo. É só ouvir o cidadão.