A Prefeitura do Rio anunciou, nesta quinta-feira (29), um plano gradual de flexibilização das medidas de restrição na cidade. Serão 3 etapas, de 2 de setembro até 15 de novembro.
O anúncio também incluiu a programação para o réveillon e o carnaval e uma celebração de quatro dias com diversos eventos pela cidade, entre 2 e 6 de setembro
O início das comemorações será no dia 2 de setembro, quando haverá nova etapa de flexibilização das regras. O ano de celebrações vai culminar com um feriado municipal no dia 2 de setembro de 2022: o Dia do Reencontro.
– A pandemia não acabou, o que estamos anunciando depende muito da atitude de cada um de nós. É fundamental que as pessoas continuem se vacinando, assim como o respeito às regras, o uso da máscara e o distanciamento. Só assim vamos comemorar a vida e o reencontro. Queremos fazer um ano de celebração da vida, da esperança e de renascimento. Temos um norte com a perspectiva da vacinação e o nosso planejamento vai permitir que as pessoas se programem para o fim da pandemia. Precisamos disso – explicou o prefeito Eduardo Paes durante coletiva no Palácio da Cidade, em Botafogo.
As ações propostas para a redução das restrições têm pré-requisitos para serem efetivadas, diz a prefeitura. As condições serão: o cenário epidemiológico continuar favorável; as vacinas precisam chegar conforme planejado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde; a vacinação dos cariocas deve continuar sendo
*Retomada terá três fases*
2 de setembro – Haverá a liberação de eventos em ambientes abertos; permissão de público com esquema vacinal completo nos estádios (com 50% da capacidade) e liberação de público em boates, casas de show e festas em locais fechados com esquema vacinal completo e com 50% da capacidade. O uso de máscaras continuará sendo obrigatório.
17 de outubro – As boates, casas de show, festas em locais fechados e os estádios estarão liberados para abrir com 100% da capacidade desde que o público apresente esquema vacinal completo. O uso de máscaras continuará sendo obrigatório.
15 de novembro – O uso de máscara será obrigatório apenas em transporte público e estabelecimento de saúde. A partir dessa data, a prefeitura vai liberar a livre circulação das pessoas, sem restrição de capacidade e distanciamento.
A primeira etapa, que prevê a reabertura de estádios e boates com 50% do público, depende de 77% dos cariocas já terem recebido a primeira dose da vacina contra a Covid e 45%, a segunda dose.
Hoje, no Rio, há 3.727.738 pessoas vacinadas (73% da população adulta) com primeira dose, e 1.536.740 imunizados com as duas doses.
A meta da prefeitura é ter, até o início de setembro, 4.751.823 vacinados com a primeira dose – 91% da população adulta. Até novembro, o objetivo é atingir 93% de imunizados com a primeira dose e 90%, com as duas doses.
Especialistas criticam medida
Para o infectologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a estratégia apresentada pelo município é “no mínimo, uma temeridade”
“Nós temos agora a variante delta no nosso país, e se espalhando inclusive no Rio de Janeiro. Nós temos uma boa cobertura vacinal no município, mas não temos certeza de que a efetividade da vacina seja a mesma do que as das cepas do vírus”, opinou Medronho.
O infectologista alertou que é possível que a capital fluminense passe a enfrentar problemas decorrentes do aumento da transmissibilidade da doença. Na avaliação dele, inclusive, os quatro dias de festas propostos pelo prefeito Eduardo Paes podem trazer grandes aglomerações, afirmou ao RJ2
A pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz vê com preocupação as medidas:
“Alerto que isso tudo tem um risco, um risco que é razoavelmente calculado e um risco que é fora de controle, sem duvida nenhuma.”