quinta-feira, maio 9, 2024

Enlevo de consciência

Hoje, em um sonho, acordei desperta,
Respirei, profundamente,
Uma mágoa que rondava meu corpo.
Densa, senti uma brisa que sussurrava,
Que uivava, lentamente,
Uma solidão sonolenta.

Chamei-a para dentro, num impulso.
Quase implorei pela sua afeição.
Coberta da mais doce e régia carência,
Trovejava por ter qualquer companhia,
Mesmo que meus olhos chorassem,
Suntuosos, em contradição.

Sábia alma que se abre ao fundo.
Tu sabes o peso do meu caminhar?
Já sentiste o ar rarefeito,
Indo e vindo, daquilo que chamo
Sobra de vida, destinada ao lamento?
Sabes, sentes e,
Ainda assim, sustenta-me.

E por teu zelo, teu alento,
Reúno os resquícios do que ainda tenho,
Prendo-os às minhas entranhas,
Ao meu fluido etéreo,
Esparramado em confusão.
Sob teu comando, só a ti pertenço,
E levito, leve, deixando qualquer dor no chão.

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