Jonas Jaimovick, que aplicou golpe financeiro multimilionário em milhares de investidores, famosos inclusive, por meio da gestora fraudulenta JJ Invest, foi condenado, na quinta-feira, a três anos de prisão pela Justiça Federal do Rio. Mas o juiz Ian Legay Vermelho, da 2ª Vara Federal Criminal, determinou a substituição da pena pelo pagamento de 15 taxas relacionadas a instituições beneficentes e execução de serviço fornecido. Assim, Jaimovick será solto e recorrerá em liberdade.
O dono da JJ Invest estava preso há mais de seis meses, após se entregar à Polícia Civil do Rio. Antes, havia ficado foragido por quase dois anos, após ele sumir só dar golpes em diversos investidores.
Polícia prende dono da JJ Invest, responsável pela maior pirâmide financeira do país
A advogada Rosane Garcia, que defende Jaimovick, afirmou que o professor deve ser solto ainda nesta sexta-feira. Ele está preso em Bangu 8.
Juiz vê ‘avidez’ nos clientes
O contrato foi condenado por dois crimes: operação entidade financeira clandestina e de ter emitido valor mobiliário— neste caso, entendeu-se o contrato de investimento oferecido pela JJ Invest seria um valor mobiliário – falsos e sem autorização. Como penas conseguir chegar a 12 anos de prisão, mas a levar justiça em conta atenuantes, como o fato de Jaimovick ter confessado o crime.
“Verifico que o crime imputado foi praticado sem violência ou grave ameaça e sendo assim, o réu preenche os requisitos que autorizam sua substituição”, justificou o magistrado em sua sentença.
A defesa de Jaimovick vai recorrer da decisão.
Em sua sentença, o juiz Legay Vermelho observou que os clientes próprios de JJ Invest foram negligentes na hora de avaliar a legalidade da gestora fraudulenta, o que teria sido motivado, segundo o magistrado, por “grau abreviado e reprovável de avidez.“
“O comportamento das vítimas milita em favor do réu, visto que a rentabilidade por ele prometida é evidentemente acima da escolha obtida nas opções de investimento desejada e desejada ao grande público (…). É dizer, diante do fabuloso retorno prometido (em torno de 10% ao mês!), Somente um grau diminuído e reprovável de avidez redundante na entrega de recursos a Jonas Jaimovick, sem que antes fosse realizada uma avaliação mínima sobre a regularidade da empresa ou consistência no destino dos valores aportados, ou seja, às cegas ”, escreveu Legay Vermelho.
Outros processos e investigações
Embora esteja livre para deixar uma cadeia, Jaimovick ainda é investigado em outros inquéritos da Polícia Federal por crimes como gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação de valores pertencentes à instituição financeira e fraude contra investidores. Essas investigações podem resultar em novos processos e condenações.
Além disso, ele responde a 216 processos cíveis, movidos por clientes que têm prejuízo no esquema.
Estima-se que a gestora clandestina JJ Invest teria desaparecido com R $ 170 milhões de pelo menos três mil credores, mas nem a Justiça sabe ao certo se essas cifras procedem. Em depoimento, Jaimovick também não soube dizer ao certo quanto causou em prejuízos, mas estimou que o valor fique entre R $ 70 milhões e R $ 120 milhões. Ele sustentou que não ficou com o dinheiro, que teria sido gasto gasto com ressarcimento a clientes insatisfeitos e perdas na Bolsa.
A Justiça não encontrou os recursos em contas bancárias vinculadas a Jaimovick e à JJ Invest, tampouco identificou bens substanciais em seus nomes.