O prefeito do Rio Eduardo Paes voltou a levantar a possibilidade, sem provas, de que a greve do BRT, desde o início da manhã desta segunda-feira, tenha a participação dos empresários que controlam o sistema, movimento conhecido como “locaute”. Segundo o prefeito, o movimento começou a ser detectado durante o fim de semana, mas o próprio consórcio negou e rechaçou a possibilidade
— A gente vive uma situação emergencial. Nós começamos a identificar esse movimento de greve no final de semana. Buscamos o consórcio BRT, que nos garantiu que não havia qualquer movimento, inclusive eles afirmam que têm um acordo com o sindicato, e eu quero crer, espero, que isso não seja o que a gente costuma chamar de locaute, que é uma combinação entre patrão e empregado para pressionar o Poder Público — afirmou.
“Desde o início do meu mandato, a Rio Ônibus tem reiterado uma ameaça de paralisação por falta de recursos. A gente entende que é um problema que vem há algum tempo e, em 30 dias, é difícil de resolver. A solução que eles querem é que a Prefeitura pegue dinheiro público e coloque na mão deles. Isso nós não vamos fazer”, disse Paes.
O prefeito afirmou que, inicialmente, a RioÔnibus descartou a greve. No fim de semana, o sindicato das empresas de ônibus e o sindicato de motoristas teriam chegado a um acordo, conforme relatou o prefeito. Apesar disso, houve a paralisação nesta segunda.
Novamente, sem provas, Paes acusou a gestão Crivella de destruir o BRT
— A gente viu que esse sistema foi destruído nos últimos quatro anos e vínhamos ja fazendo tratativas para tentar uma solução para o problema. Agora, não é uma solução simples — afirmou. — A gente vai tomar as decisões dentro da lei. Eventualmente há necessidade sim de uma ajuda, mas só vai ser feito com muita transparência — garantiu.
Paes lembrou que as empresas anunciaram que vão entrar com uma ação na Justiça do Trabalho para declarar a ilegalidade da greve, o que pode obrigar o retorno de pelo menos 30% do serviço, e voltou a fazer um apelo aos motoristas:
— É um serviço essencial, a população precisa se deslocar pela cidade.
Em nota, o BRT informou que a paralisação ocorre porque motoristas impediram a saída os ônibus das garagens:
“O BRT Rio informa que os serviços nos seus três corredores (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) foram interrompidos nesta manhã, devido à paralisação das atividades de alguns motoristas que impediram a saída dos ônibus das garagens. Embora a operação estivesse pronta para iniciar às 4h, o movimento acarretou irregularidades nos intervalos, inviabilizando a operação em todo o sistema”.
Foto: Lívia Torres – Reprodução/ TV GLOBO