BRT Rio diz que não tem dinheiro para pagar funcionários e diz que Prefeitura sabia disso

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Por meio de nota oficial, o BRT Rio informou neste sábado (30/01) que não há dinheiro para o pagamento da segunda parcela do salário de janeiro – que vencerá na próxima sexta-feira (05/02) – de seus funcionários e a compra de insumos básicos necessários para a operação da frota, como, por exemplo, combustível. De acordo com a concessionária, a situação é ”resultado direto do agravamento dos impactos da pandemia sobre todo o setor de transportes públicos”.

Ainda segundo o BRT, haverá, em fevereiro e março, um sistema de rodízio entre os colaboradores da empresa, com a dispensa do trabalho por até 10 dias e o salário sendo proporcionalmente reduzido de maneira condizente com a quantidade de dias trabalhados.

O Consórcio, que opera os corredores de ônibus rápidos na cidade do Rio de Janeiro, diz mais: está sem recursos até mesmo para a compra de insumos, como combustível.

Afirmando que o setor de transporte de passageiros atravessa a sua mais grave crise econômico-financeira no Rio de Janeiro, o BRT Rio afirma na nota que a Covid-19 “veio agravar e acelerar uma realidade que já vinha sendo impactada pelo congelamento da tarifa há dois anos, pela expansão do transporte clandestino por vans e do transporte por meio de aplicativos, pela concessão de gratuidades sem fonte de custeio, entre outros fatores”.

Apesar de afirmar que vem trabalhando para honrar com todos os seus compromissos, o BRT Rio afirma que a pandemia desestruturou o fluxo de caixa da empresa. O valor arrecadado com as passagens pagas pelos passageiros não tem sido suficiente para suportar os custos com a folha de pagamento, principais insumos e impostos.

Afirmando nos primeiros meses da pandemia o BRT Rio trabalhou com queda de até 75% no número de passageiros, atualmente esse índice está na faixa de 45% em relação ao período anterior à pandemia.

“A perda de receita entre março de 2020 e janeiro de 2021 atingiu R$ 200 milhões”, informa a nota do BRT Rio.

O Consórcio se queixa que até o momento não houve qualquer ajuda por parte dos governos municipal, estadual e federal para o enfrentamento dos impactos da pandemia.

“A proposta de pagar a segunda parcela do 13º. salário em cinco vezes, feita em dezembro passado e recusada pela assembleia da categoria, demonstra que as dificuldades financeiras do BRT Rio são recorrentes. Ao mesmo tempo, os recursos obtidos através de empréstimos bancários já se esgotaram”.

Ao jornalista da Globo, Edimilson Avila, o presidente-executivo do BRT Rio, Luiz Martins, disse que, ao longo de 2020, alertou seguidamente o poder público sobre a crise do transporte diante da pandemia, já que viu o número de passageiros cair bruscamente, e reclamou que há dois anos a tarifa do transporte não é reajustada.

Martins afirmou que “o BRT não tem recursos financeiros em caixa sequer para pagar a segunda parte do salário de janeiro, prevista para ocorrer no próximo dia 5”.

Ele enfatizou que as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) “nada fizeram para apoiar o setor” diante da crise provocada pela pandemia.

“Chegamos no limite. Hoje, não há dinheiro em caixa do BRT e estamos diante da incapacidade de honrar o pagamento daqueles que fazem o BRT funcionar”, reiterou o presidente do BRT.

Eduardo Paes diz que há suspeita até de boicote e pressão em cima do poder, o que foi rechaçado pela concessionária

 

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