Recentemente circulou a notícia que tanto esperávamos, a vacina chegará aqui no Brasil! A CoronaVac é a vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O Butantan afirmou que a vacina evitou 78% de casos leves e 100% de graves em seus testes e 50% no total. Vamos entender melhor o que isso significa.
Para ficar mais didático, vamos imaginar que 100 voluntários foram vacinados com a CoronaVAc. Dessas 100 pessoas, 78 não contraíram a Covid-19 e o restante que contraiu, pegou a forma mais branda da doença, conforme o esquema abaixo. Vale lembram que o estudo foi feito com cerca de 12,4 mil voluntários.
Quais são as vacinas utilizadas pelo mundo?
A nova corrida armamentista é a criação da vacina contra o vírus
- Pfizer/BioNTech*
- Moderna*
- AstraZeneca/Oxford
- Sinopharm
- Sputnik V
- CoronaVac
*Utilizam a tecnologia de criação com RNA mensageiro.
A CoronaVac pelo mundo
Existem diversas formas e tecnologias de produção de uma vacina. A CoronaVac é feita a partir do vírus inativo. Veja a ilustração abaixo.
Os resultados da pesquisa sofreram críticas de alguns cientistas que explicam que a taxa de eficácia provavelmente é menor, variando de 63 a 68%. Posteriormente foi divulgado que seria por volta de 50%, já suficiente.
Ademais, os dados divulgados até o momento são definidos como secundários. E a taxa de eficácia refere-se a um grupo específico de pacientes em uma das etapas dos estudos, que se restringe a evitar casos leves de covid-19, e não todos. Todo o estudo e os resultados estão agora nas mãos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que solicitou mais documentos para a aprovação. O Governo de São Paulo promete divulgar todos os dados após a aprovação da agência.
Contuto, vale lembrar mais uma vez que a taxa global de eficácia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela própria Anvisa é de, ao menos, 50%. Assim, mesmo sendo 63% já estamos no mais alto lucro! E se você acha que a vacina demorou, vamos estender melhor isso…
Vacina para a Covid-19, já ou ainda?
Desde que a pandemia foi decreta, uma nova guerra vem sendo traçada, a guerra contra um vírus novo causador de uma doença de fácil transmissão e que já matou 90.382.187 pessoas em todo o planeta (dados de 11 de janeiro de 2021). Contudo, o processo de criação de uma vacina não é fácil, e consequentemente, não é rápido. Mas, por incrível que pareça, para a Covid-19, a vacina foi criada em tempo recorde. Entenda o porquê.
O vírus responsável pela doença Covid-19 (SARS-CoV-2) é primo do vírus responsável por uma outra doença já conhecida, a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Essa velha conhecida fez com que economizássemos muito tempo de pesquisa. Ademais, “tempo é dinheiro” ou seria o contrário?! O investimento público e privado foi enorme.
A “pré-compra” das vacinas por vários governos foi fundamental para o financiamento necessário para indústria farmacêutica. E sem dúvida, “a união faz a força”. A descoberta e divulgação do genoma do vírus pelos pesquisadores chineses acelerou as pesquisas das vacinas em todo o mundo. Sem contar que algumas técnicas para na fabricação de vacinas, como a que utiliza o RNA mensageiro, está em desenvolvimento há mais de 20 anos.
Em situação normal, demoram meses ou até anos para recrutarem pessoas para fazer os testes das vacinas.
Entretanto devido a situação de pandemia, dezenas de milhares de pessoas se interessaram em participar, o que deixou o processo mais rápido, eficaz e confiável. Além disso, a burocracia é grande! Vai desde pedir financiamento até conseguir aprovação das agências reguladora, como a própria ANVISA. Porém, por se tratar de uma pandemia, as agências deram prioridade para o processo de aprovação das vacinas.
Agora, aqui no Brasil, São Paulo espera justamente o “ok” da ANVISA para iniciar o processo de vacinação. E assim, ascender uma luz de esperança em cada um de todos na guerra contra esse inimigo mundial. Deve começar no dia 20 ou no dia 25. Aqui no Rio vivemos a mesma expectativa
Viva a ciência! Vai com o bumbum Butantan!
*Lembrando que a vacina será aplicada no braço!😉
Ilustrações: Priscila Monteiro/CANVA