segunda-feira, maio 20, 2024

Blog do Luiz Otávio: Normalizamos o absurdo. O futebol é insensível

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A última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro bateu o recorde de jogadores infectados pela Covid-19 de uma só vez:

Foram 61 diagnósticos positivos e 8 com reinfecção.

A CBF realmente deve estar aguardando acontecer o pior. Esse levantamento é possível graças a colaboração de nossos amigos jornalistas. F

Apesar da pouca testagem, os números avançam de forma severa. Até quando nós continuaremos amenizando a gravidade da pandemia (principalmente no futebol)?

Só no Rio de Janeiro teve um aumento de até 50% no número de testes em laboratórios privados para a Covid-19 do tipo RT-PCR – realizados em novembro, segundo levantamento do Grupo Dasa. E os infectologistas afirmam que o período é de “expansão da doença”.

Quando tem problemas de covid-19, desfalca um time e põe vário profissionais em risco e a CBF ignora, dando a entender que os jogadores e todos os profissionais que atuam nos bastidores, são menores do que os interesses dos “donos da casa”.

O Campeonato Brasileiro transcorreu de forma mais tranquila por meses, aumentando a confiança de clubes, jogadores e torcedores nos protocolos adotados pela CBF.

Mas uma explosão ainda maior de casos pode colocar em risco a continuidade do Brasileiro, e clubes podem ser forçados a adotar medidas mais restritivas para que o torneio chegue ao seu final. Nas últimas duas semanas, entretanto, o cenário mudou: a segunda onda que dá sinais de começar a atingir o país parece ter chegado mais rápido ao futebol, e começa a gerar questionamentos.

Na última rodada do Brasileirão, disputada no fim de semana, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tiveram, somados, 60 desfalques por coronavírus, além de dois treinadores contaminados e em isolamento.

Os casos neste segundo surto também apareceram com maior gravidade. Cuca, técnico do Santos, chegou a ser internado na unidade semi-intensiva do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Há outros casos mais sérios no futebol nacional, como o caso do treinador Marcelo Veiga, do São Bernardo, ele está na UTI da Santa Casa de Bragança Paulista, onde respira com auxílio de ventilação mecânica durante tratamento das complicações da covid-19.

Nos bastidores, clubes da Série A já questionam o protocolo desenvolvido para o Brasileirão, e alguns os consideram menos rigorosos dos que os adotados nos estaduais. Episódios de filiados que não seguem o protocolo têm sido, aliás, frequentes, indo de interações entre jogadores, treinadores e torcidas organizadas a festas frequentadas por funcionários das agremiações.

A CBF defende seu protocolo, e considera que medidas mais drásticas, como punir clubes que contrariam as recomendações, poderiam inviabilizar a continuidade da competição. São 12 clubes com casos positivos, incluindo Vasco, Santos, Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG e outros. Os números impressionam e mostram o impacto no futebol até agora: de acordo com levantamento da CBF, dos 6.604 jogadores testados nas séries A, B, C e D, além de aspirante, sub-20 e sub-17, 1.257 registraram positivo para covid. Isso significa que 19% deles já tiveram contato com o vírus desde o início da pandemia e foram contaminados em algum momento.

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