A função de um vereador é muito criticada, porém pouco conhecida. Esse problema, entretanto, parece não ser apenas brasileiro. Na maioria dos países, a política é um tema polêmico, visto com radicalismo por muitos, discutido com paixão por outros, mas deixado como prática para uma minoria.
Queimados é um município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em 2020, sua população foi estimada pelo IBGE em 151.335 habitantes. E como estamos entrevistando candidatos a vereador da cidade e do estado do Rio de Janeiro. Hoje, no meu Blog aqui na Gazeta do Rio converso com Hélio do Choque, candidato a vereador pelo município de Queimados.
Hélio Júnior (ou Hélio do Choque como é conhecido), é nascido e criado em Queimados cresceu no bairro Vila São João, hoje morador do bairro Ponte Preta. É formado em Marketing, pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e atualmente cursa MBA em Jornalismo. Tem um papel importante como jornalista na cidade, sendo fundador do veículo de maior alcance do município, nas redes sociais, a página Choque de Queimados, é o responsável por um trabalho de fiscalização e denúncias das irregularidades que acontecem na cidade. Como por exemplo:
Cobrança para tomada de posse da Guarda Municipal de Queimados até a mesma acontecer. (2018);
Cobrança para manutenção e continuidade do serviço de transporte escolar no Município. (2019);
Denúncia do esquema de rachadinhas no Município de Queimados. (2020);
Denúncia do corte de atendimento no Hospital Infantil, decorrente da não renovação de contrato com a Prefeitura. (2018);
Enfim, Hélio do Choque, sempre se mostrou muito participativo na ordem pública do município de Queimados.
O candidato responde:
Sabendo do sufoco atravessado por boa parte da população nesta época de crise financeira, a Prefeitura de Queimados já proporcionou à sua população, descontos em tributos obrigatórios, como por exemplo, desconto de 10% na quitação do IPTU (Imposto Predial e Territorial) e ainda outros seis tributos. É bem claro que os altos salários dos vereadores, leva a classe social de Queimados, para um imenso abismo financeiro. Qual o seu projeto (solução) para acabar com toda essa desigualdade entre população trabalhadora e os vereadores?
“Precisamos investir em qualificação profissional, com indicação de cursos profissionalizantes, além de utilizar de incentivos fiscais para que as empresas instaladas no município contratem cada vez mais queimadenses. É inadimissível que o município possua um distrito industrial e que nem 30% dos funcionários sejam moradores da cidade.”
Hoje, na Câmara dos vereadores, existe a “Verba de Gabinete”, no valor mensal de R$ 6.500.00, um prejuízo aos cofres de algo em torno de R$1.326.000,00. Sendo eleito, de que forma você pretende lidar com essa situação?
“É no mínimo estranho que essa verba tenha sido aprovada há cerca de um ano e meio antes das eleições. A câmara ficou de 1992, até início de 2019, sem essa verba. Com um salário de quase 15 mil, não é possível que o vereador ainda precise dessa verba para “ajudar” com combustível, xerox e coisas do tipo.
Vou lutar para o fim dessa verba e economizar quase um milhão e meio por ano! Essa verba é no mínimo indecente.”
O município de Queimados, tem 2.379 casos de Covid-19, com 74 óbitos confirmados e 19 óbitos suspeitos (números levantados até o preparo da matéria). Avaliando os números, quais as medidas que o candidato pretende adotar para o combate e a prevenção da Covid-19 no município?
“Até o momento faltou transparência, tanto nos gastos quanto nas ações de prevenção e combate. Não é possível que um hospital de campanha com 20 leitos tenha custado mais de 20 milhões de reais (cerca de um milhão por leito) e nenhum vereador atual tenha achado no mínimo estranho e procurado instalar uma CPI dos gastos com a Pandemia, assim como aconteceu no Estado. Pretendo rever todos os contratos, além de cobrar uma prevenção efetiva, pois infelizmente hoje, podemos assistir nas carreatas políticas, secretários, médicos e até o prefeito sem utilizar a máscara. O exemplo tem que vir dos gestores.”
Hoje, em Queimados, a população deficiente (surdos), ultrapassa o número de cinco mil, que não possuem nenhuma assistência social.Você fala sobre a criação e a indicação de um projeto para um Centro Especializado:
“Esse é um projeto que passei para o candidato à prefeito do meu partido, Zaqueu Teixeira, que prontamente comprou a ideia. Hoje os surdos da cidade não possuem nenhum apoio. Não existe um intérprete de libras em cada sala de aula como deveria ocorrer, portanto desde as séries iniciais eles ficam a margem da sociedade. Infelizmente existem casos de estupro e as vezes dentro da mesma família, além de maus tratos por parte da população que também precisa ser conscientizada! Precisamos fazer um trabalho de políticas públicas voltadas para os surdos e o sonho maior é a criação desse centro de referência com a ajuda do futuro prefeito Zaqueu Teixeira.”
E sobre o Projeto Adote um Bicicletário:
O projeto visa a construção e conservação de bicicletários públicos pela cidade?
“A cidade precisa investir em mobilidade urbana. Hoje temos uma quantidade de carros que as nossas ruas não foram projetadas para receber. Claro que precisamos de mais linhas de ônibus para evitar que as pessoas utilizem o carro em curtos trajetos, mas também precisamos investir em ciclovia e bicicletários públicos, pois hoje existem os privados com alta demanda. Nesse projeto, cada empresa pode adotar no máximo cinco bicicletários na cidade e vai ficar responsável por toda a manutenção deles, a mesma terá incentivos fiscais progressivos de acordo com a quantidade de bicicletários adotados. Tenho certeza que teremos esses bicicletários espalhados pela cidade.”