Renata Souza defende realização de debate independente

“Quem foge do debate, faz um desserviço à democracia e desrespeita os direitos da população”, afirmou Renata Souza (PSOL) nesta segunda-feira, 26, em debate realizado pelo DCE Mário Prata da UFRJ. A candidata disse que os políticos que se omitem e não pressionam os veículos de comunicação pela realização dos debates, revelam o pouco apreço pela opinião pública e se aproveitam para tentarem evitar cobranças em temas que não têm respostas.

“Debater é oferecer à população a oportunidade de conhecer melhor cada um, suas propostas e o que já fez. Com quem andou e mostrar a quais interesses atende. Com certeza, tem candidato que precisa explicar desde fortunas em contratos de obras ao sumiço de vigas. Outros precisam responder sobre o caos na saúde e a submissão à máfia dos transportes. Outros têm que esclarecer como pretendem se relacionar com o bolsonarismo e a política de ódio e genocídio do povo negro e do povo pobre. Todos precisam apresentar propostas na cultura, na educação, na saúde etc.”

Debate independente – Segundo Renata Souza, segue de pé a proposta para realização de um debate independente, organizado pelos próprios partidos políticos em parceria com entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Não vou desistir dessa ideia que perpassa várias candidaturas, mas ainda depende do acordo dos cabeças de chapa. A população tem esse direito.”

Renata Souza ressaltou que poucas vezes uma eleição mobilizou tão pouco a população e disse que a decisão dos grandes veículos de suspender os debates ajuda apenas a manter o status quo. “A pandemia alterou toda a dinâmica da disputa, mas não podemos nos render à falta de espaços democráticos. Os espaços nas TVs são uma obrigação moral para contribuir com a democracia. Elas são concessões e precisam funcionar sob essa perspectiva. Nesse ano, sem comícios nas praças públicas, em função da pandemia, a importância delas é maior ainda.”

Renata fez um apelo público às candidatas e candidatos: “Conclamo todos que se consideram democratas a não aceitarem ficar sob o tacão da vontade política dos meios de comunicação. Somos políticos e temos o dever de valorizar a política. Venha para o debate, Benedita. Venha para o debate, Martha. Venha para o debate, Paes. Juntos podemos fortalecer a democracia.”

Renata defendeu a passagem por 3,50

A candidata disse no final de semana que vai abaixar a passagem de ônibus para 3,50.  Ela disse que mobilidade urbana numa metrópole como o Rio de Janeiro é fator fundamental para o bem estar da população. No entanto, apontou que, especialmente os trabalhadores, sofrem em seus deslocamentos. São engarrafamentos permanentes, veículos mal cuidados, linhas com serviços irregulares e preços elevados, hoje em R$4.05. A proposta de redução do valor é baseada em estudos da UFRJ, que mostram que a tarifa adequada seria de R$3,50. “Esse, portanto, é um eixo fundamental na retomada da cidade para aqueles que nela vivem”, disse Renata.

Para ela, é preciso enfrentar a máfia que domina o transporte público na cidade e que trata a população com o que chama de “descaso”. “É um grupo que manipula as linhas conforme lhe dá na telha e só pensa nos próprios lucros.” Renata disse que fará uma auditoria nos contratos das empresas e de suas fornecedoras, para combater fraudes e superfaturamentos que já foram identificados pela CPI dos Ônibus na Câmara dos Vereadores.

Renata Souza classifica como “um escândalo” o fato de as empresas receberem uma concessão da Prefeitura para atuar no transporte coletivo, mas não cumprirem as obrigações contratuais. “A sociedade não conhece a planilha de custos e de lucro. Quanto, por exemplo, faturam com a bilhetagem?” Segundo Renata Souza é um mistério que pode ser facilmente desvendado com adoção de um sistema básico de controle.

Ela defende uma ouvidoria especial para receber as reclamações sobre as linhas, onde as empresas tenham que cumprir um código que discipline os ônibus e existam multas para quem não cumprir as regras e não trate bem a população.

Ela também quer evitar esperas infindáveis nos pontos de ônibus, com a obrigação das empresas a liberarem as informações dos GPS dos veículos. Dessa forma, o governo e população terão controle sobre a frota em circulação e, por exemplo, seus intervalos. Ela crê que assim será possível a cada usuário saber onde está o ônibus e quanto tempo vai esperar no ponto.

Em casos extremos, Renata Souza admite a intervenção, com suspensão da operação das empresas que não atendam às obrigações com a população. “O poder público não pode se acovardar e ser refém de máfias de qualquer espécie.”

Agenda Renata Souza 27/10

9h30min – caminhada às 9h30min em Bonsucesso – ponto de encontro : Praça das Nações

14h – Sessão da ALERJ, já que mantém suas atividades como deputada .

19h – Live em sua rede: @renatasouzario