segunda-feira, maio 20, 2024

Luiz Lima: ‘A Guarda Municipal não pode cruzar os braços para a violência no Rio’

RioEleições 2020Luiz Lima: 'A Guarda Municipal não pode cruzar os braços para a violência no Rio'

Candidato diz que é preciso fazer uma parceria para a Guarda Municipal atuar de forma integrada com a Polícia Militar

O candidato do PSL à Prefeitura do Rio, o deputado federal Luiz Lima concedeu entrevista para Revista Veja, nesta terça-feira, e abordou diversos temas, entre elas, a segurança pública e a terrível situação financeira que vive o município. Ele disse que quer a Guarda Municipal atuando em parceria com a Polícia Militar. Segundo o candidato, a cidade precisa desse trabalho em conjunto.

“A Guarda Municipal tem 7.300 homens aproximadamente. Muitos desses agentes fazem um tipo de serviço em que não é preciso estar armado, como a guarda de locais públicos, de repartições. Mas a Guarda Municipal não pode cruzar os braços para a violência. Ela tem que que estar integrada com a Polícia Militar no programa Segurança Presente, que deu certo. Foi um plano de segurança elaborado há alguns anos e que fez cair muito o índice de criminalidade em alguns bairros. Eu, como cidadão carioca, sempre percebi a necessidade de armar a Guarda, e aí pode ser uma coisa gradativa, estar armada para reforçar a Polícia Militar. Se a gente imaginar 20% da Guarda bem treinada e bem valorizada, em um ano, isso representa três batalhões da PM, 1.800 homens. Tenho certeza que o cidadão vai se sentir mais seguro e protegido tendo a Guarda trabalhando em conjunto com a PM. O ordenamento vai melhorar também, garantindo o funcionamento do comércio e a qualidade de vida com a conservação das praças públicas. Não tenho dúvida que essa possibilidade é real e benéfica para o município”, afirmou.

Luiz Lima disse também que a situação financeira do Rio de Janeiro está perto da insolvência, ou seja, corre o risco concreto de não pagar nenhum prestador de serviço e nem o funcionalismo. Ele frisou que é fundamental um choque de gestão do próximo governo eleito.

“A nova prefeitura tem a missão de resgatar o Rio de Janeiro. O Rio é um município que, assim como o de São Paulo, são as duas principais capitais do nosso país. E a nossa pauta é mais do que regional, ela é nacional. A prefeitura tem a missão de ordenar, de fazer com que as secretarias tenham uma política de estado e não partidária, em que elas estejam integradas e que tenham responsabilidade com o recurso público. A Secretaria de Fazenda tem que equilibrar todas as outras secretarias. Despesas com pessoal e previdenciária sufocam o Rio de Janeiro e precisam ser imediatamente enfrentadas com uma organização administrativa mais eficiente e política séria de gestão de gente e da previdência e redução de pessoal comissionado. Temos que fazer com que o município retome as suas atividades. Nós tivemos a queda brutal na arrecadação, na arrecadação do ISS, que é a principal fonte de recursos do município. Depois, tem o IPTU e outros impostos. Então, o Rio de Janeiro já sofreu muito, com 120 mil empregos de carteira assinada perdidos durante a pandemia. O Rio, claro, também é reflexo de muita irresponsabilidade. De acordo com dados do TCM, a despesa total com pessoal do Poder Executivo está acima de 54,80% da receita corrente líquida, ultrapassando o limite de 54% estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. É um município que está à beira de um regime de insolvência. O próximo prefeito carrega uma responsabilidade enorme perante os cariocas e perante o Brasil também. A gente vem de um final de pandemia, onde as pessoas ainda estão, de certa forma, com medo e receio, mas a população está entendendo que nós precisamos voltar à atividade, seguindo os protocolos e com responsabilidade, para que a gente saia dessa pandemia e entre em 2021 em plena atividade, para reerguer o Rio”.

O candidato do PSL à Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que é fundamental que os alunos da rede municipal de ensino voltem imediatamente para salas de aula.

“Farei o retorno imediato das crianças às aulas. Nós temos crianças com 8 anos, no 3º ano, que ainda não sabem ler e escrever. E isso é muito prejudicial para o futuro próximo dessas crianças. Junto com o novo ou a nova secretária de Educação, temos que ter uma atitude emergencial. Não vamos poupar esforços. Sou professor de Educação Física e entendo cultura e esporte como pilares da educação. Sou uma pessoa bastante pragmática. Precisamos fazer nossas crianças lerem e escreverem com 8 anos, coisa que não acontece hoje. Temos que atingir e trabalhar com metas. Sei que muitos colégios estão em áreas de vulnerabilidade, mas cada colégio tem que ter a sua meta. Vou trabalhar com bonificação. O professor que atingir a meta será premiado. A educação no Rio, infelizmente, está muito longe de ser ideal”.

Ao falar sobre o problema do déficit habitacional no Rio, Luiz Lima disse que “cabe à prefeitura impedir o crescimento de favelas”.

“Temos que estar mais presentes na vida dessas pessoas. A responsabilidade é muito grande. As pessoas querem ter a presença do prefeito, do secretário de Habitação. Já foram construídos 104 condomínios Minha Casa Minha Vida em parceria com a prefeitura. Tem contrapartida da prefeitura que não foi cumprida, como praça e escola. Sem a parceria do estado, que está falido, e do governo federal, vamos ter dificuldades em atingir todos os nossos objetivos, mas é possível melhorar, eu tenho certeza. Título de propriedade em comunidade carente é um ponto muito sensível, porque a gente sabe que muitas pessoas, por mais que sejam muito humildes, moram em residência alugada que pertence a uma outra pessoa ou a um grupo criminoso. É muito importante que a prefeitura tenha sensibilidade nesse assunto para não colocar pessoas em risco, mas eu sou favor do título de propriedade, porque ajuda a trazer ordenamento e ajuda a prefeitura a organizar e acompanhar políticas públicas naquelas comunidades. Eu, como prefeito, sou responsável também pela vida dessas pessoas, que estão ocupando moradias que são exploradas por pessoas muitas vezes criminosas por estarem fazendo do setor imobiliário algo rentável para uma organização criminosa”.

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