sábado, maio 18, 2024

Caso Robinho: o crime não compensa

Blogs e ColunasBlog do Luiz Otávio OliveiraCaso Robinho: o crime não compensa

Estamos todos acompanhando o caso do jogador Robinho, atacante, ex-jogador da seleção em duas Copas, passagens por grandes times brasileiros e mundiais e que agora se vê diante do pior cenário da sua vida.

Robinho e seu amigo Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”

O caso aconteceu numa boate de Milão chamada Sio Café na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Mas ao ser interrogado, em abril de 2014, Robinho negou a acusação. Ele admitiu que manteve relação sexual com a vítima – mas disse que foi uma relação consensual de sexo oral – e sem outros envolvidos.

A decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, ainda não é definitiva e foi contestada pelas defesas de Robinho e de Ricardo Falco. Eles foram condenados em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa. As interceptações telefônicas realizadas contra os envolvidos ao longo da investigação foram cruciais para o veredito.

Que coisa repugnante essa história do Robinho. Que vergonha o Santos! E que nojo de tanta gente “passando pano” pra estupro. O que o Santos está esperando para rescindir o contrato com o Robinho? Aliás, sequer deveria ter contratado.

O Santos está esperando uma assinatura em cartório admitindo o estupro? E, sim, colocar o pinto na boca de uma mulher é sexo. Colocar sem consentimento é estupro. Colocar o pinto na boca de uma mulher semiconsciente é estupro com requintes de crueldade.

O dirigente do Santos que planejou essa contratação, não pensou no amanhã. Achou que condenaram um astro da bola baseado em nada? Sem evidências? Sem ter a idéia do tamanho da repercussão?

Ação e a reação dos patrocinadores do Santos, após a revelação dos conteúdos no processo de Robinho, fez com que as empresas olhassem de forma negativa a continuidade em patrocínar o Santos. Impressionante como a justiça vêm de fora para dentro. Por isso, os patrocinadores exigem rescisão de contrato de Robinho: o “prejuízo” do Santos pode chegar a R$ 28 milhões.

Mas será que o Santos suspendeu o contrato de Robinho por que já está sentindo no bolso? Ou não será por nenhuma causa? Seria assim na maioria dos clubes brasileiros? Ou só agem corretamente quando existe a perda de dinheiro envolvido? Não é só o Santos.

Na outra ponta da história tem o bom jornalismo que não serve só pra mostrar o que é muito escondido. Às vezes, grandes matérias escancaram o óbvio ululante e transformam uma história. Parece que a sociedade não precisava só saber do suposto estupro. E sim tocá-lo, cheirá-lo, senti-lo para se chocar.

Por um outro lado, eu sinto falta dessa militância no caso do Ninho do Urubu (por exemplo). Esse tipo de cobrança, não pode ser seletivo. Não tem muito tempo, e foi constatado que a diretoria do Flamengo, sabia das condições do local, e nada foi feito ou pelo menos, não ouvimos nenhum barulho.

Ainda no vácuo do caso do Ninho, muito se falou, muitas homenagens foram feitas, até “vitimizaram” o clube responsável. Depois que foi descoberto que, no MÍNIMO, havia ali um fato comprovado de negligência, ninguém mais tocou no assunto. Pois bem, ainda estamos esperando o desenrolar desse caso também.

Mas no caso do Robinho, sabe o que mais me assusta também? Por que a imprensa brasileira, nunca tinha abordado com tanta veemência, o “assunto Robinho” antes. Só agora que o acusado foi contratado pelo Santos, e que vem jogar no Brasil, que o crime é crime? O crime foi em 2013, e o julgamento foi em 2017, por que só agora? Será que com o trecho das escutas ele se mostrou o verdadeiro lobo que estava vestindo o uniforme de cordeiro? Estuprador é e sempre será um criminoso. Mas a imprensa não pode ser omissa. Talvez se estivessem interessados no assunto antes, ele já estaria na prisão, desde a época do crime. Durante a sentença, Robinho (inclusive) jogou no Atlético-MG. Não houve 1% dessa comoção por rescisão.

O que não significa, mais uma vez, que Robinho foi julgado, condenado (em primeira instância e cabe recurso) mas o ESTRAGO está feito. O que mais se fala é sobre, rescisão de contrato, mancha nas marcas envolvidas, mas já ouvimos a vítima? Sabemos como ela está? Precisa de um apoio, um amparo ou até mesmo um famoso “TMJ”?

E por fim, isso que está acontecendo com o Robinho, deve servir de alerta e lição para essa garotada que acha que tem o direito de fazer o que quiser com qualquer um, inclusive, por ser jogador de futebol. Robinho, deve pagar pelo que fez.

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