quarta-feira, maio 8, 2024

Polícia do RJ faz operação contra lavagem de R$ 200 milhões do Comando Vermelho

RioPolíciaPolícia do RJ faz operação contra lavagem de R$ 200 milhões do Comando Vermelho

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e da 25ª DP (Engenho Novo), com apoio do Departamento Geral de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual, realiza, na manhã desta quinta-feira (17/09), a Operação Overload II. A ação tem como objetivo cumprir 28 mandados de busca e apreensão em endereços de envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro ligados ao Comando Vermelho

A operação é um desdobramento da primeira fase da Operação Overload, realizada em 2015, para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra 61 pessoas acusadas de associação armada ao tráfico de drogas e armas. A apuração apontou que as lideranças da facção, mesmo de dentro de presídios federais, mantinham um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas das comunidades do estado, fazendo uso de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no crime.

A primeira fase das investigações tiveram início em 2014 onde, a partir de ações de inteligência, foram identificadas cerca de 28 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas utilizadas para ocultar a origem do dinheiro obtido ilicitamente pela organização criminosa por meio do tráfico de drogas e armas. Durante o monitoramento, os investigadores tiveram acesso à prestação de contas e contabilidade de várias comunidades comandadas pelos traficantes investigados. Os agentes constataram que, somente na Baixada Fluminense, o faturamento mensal de algumas comunidades chegava R$ 7 milhões, sendo cerca de 20% do lucro destinado às lideranças da quadrilha.

Já na segunda fase, a investigação constatou inúmeras negociações de vendas de armas e drogas realizadas pela organização criminosa, a partir do uso de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na transação criminosa. Foram solicitados ao COAF Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) e quebra do sigilo fiscal, com autorização da Justiça, de 10 pessoas físicas e de 35 empresas envolvidas na complexa engenharia financeira. O esquema movimentou em pouco mais de um ano cerca de R$ 200 milhões.

Com base nas informações apuradas, o DGCOR desvendou um elaborado esquema de lavagem de dinheiro que visava dar aparência lícita ao dinheiro obtido pela organização criminosa com o tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo e munições, roubos de carga, de veículos, a estabelecimentos comerciais, a instituições financeiras, entre outros crimes. A quadrilha usava contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para efetuar depósitos de altos valores e, posteriormente, realizava retiradas dessas contas como se fosse receita lícita. As contas das pessoas jurídicas utilizadas na atividade criminosa eram dos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina

As contas bancárias e demais investimentos das empresas e indiciados identificados foram bloqueadas e o valor arrecadado está sendo verificado junto às instituições financeiras, cujo perdimento já foi solicitado à Justiça.

A ação ocorre simultaneamente nos Estados do Rio, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. A operação conta com o apoio da COPE da Polícia Civil do Estado do Paraná, da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico de Campo Grande – MS e da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, da Polícia Civil do Estado do Mato Grosso do Sul.

Em junho de 2015, mais de 400 policiais participam da primeira fase da operação e prenderam nove pessoas. Na ocasião, a polícia descobriu que o faturamento mensal da quadrilha somente na Baixada Fluminense ultrapassou mais de R$ 7 milhões. Ao fim das investigações, a Justiça condenou 61 traficantes da cúpula do Comando Vermelho — entre eles, chefes que agiam de dentro de presídios federais.

Alguns dos condenados são:

Marcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, apontado como líder da organização criminosa;
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, tido como dono do tráfico de todas as favelas da Baixada Fluminense;
Elieser Miranda Joaquim, o Criam, “ajudante de ordens” de Elias Maluco;
Edson Silva de Souza, o Orelha, chefe do tráfico do Complexo do Alemão;
Eduardo Fernandes de Oliveira, o 2D, do Complexo do Alemão;
Elizeu Felício de Souza, o Zeu;
Alcindo Luiz Fernandes, o Da Cabrita;
Luiz Claudio Machado, o Marreta;
Anderson Sant’Anna da Silva, o Gão;
Claudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira;
Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira.

Check out our other content

Check out other tags:

Most Popular Articles