sábado, maio 18, 2024

Guardiões é o maior episódio da briga entre Crivella e Globo

EditorialGuardiões é o maior episódio da briga entre Crivella e Globo

Marcelo Crivella balançou, quase caiu mas ficou de pé. Por enquanto. A câmara dos Vereadores rejeitou a abertura de um processo de Impeachment baseado em mais uma reportagem da Globo com o propósito de queimar ainda mais a gestão do prefeito.

É preciso dizer fundamentalmente que é um absurdo qualquer tipo de cerceamento da liberdade de expressão e de imprensa e que foi um absurdo sem tamanho ver pessoas que recebem dinheiro público intimidarem jornalistas.

Só que a questão vai muito além do fato do prefeito querer supostamente esconder os problemas da saúde. É que ele quer de todas as formas incendiar uma briga com a Globo, em que só quem perde é o Rio de Janeiro.

A Globo desde o início do seu mandato adota uma cobertura de oposição e não é imparcial. Sequer dá ao prefeito a oportunidade de se expressar direito em sua programação, diferente do ex-prefeito Eduardo Paes.

A pretexto de falar de problemas na saúde, aliás, em época de eleição, a Globo sempre volta seu foco a seus inimigos, ela mirou no que viu e acertou no que não viu. A matéria sobre os Guardiões foi o assunto mais comentado da semana, foi a matéria mais vista e mais repercutida. Para ofender Crivella, a Globo até esquece seus princípios editoriais que pedem para que os jornalistas não expressem opiniões nas redes sociais que pudessem dar margem a sua falta de isenção.

Com crivella, não há e nunca houve isenção. Praticamente todos os jornalistas do grupo Globo atacaram o prefeito usando até mesmo ofensas pessoais. Élio Gaspari, jornalista conhecido por inventar declarações de políticos, o chamou de miliciano. Flávia Oliveira, que fala de economia e não de cidade o chamou de obtuso no ano passado. Ruth de Aquino, que também além de parcial, promove discurso de ódio contra evangélicos, também ofendeu.

Outros jornalistas, narradores esportivos, repórteres deixaram a isenção de lado para atacar o inimigo da emissora. Não há outro lado quando é com Crivella.

Não houve tal reação ostensiva dos jornalistas com a prisão de Edmar Santos, o afastamento de Witzel e a crise de corrupção na saúde do governo do estado ainda mais em pandemia. Algo que mereceria repúdio de todos os jornalistas em suas redes sociais.

Mas nesse caso a isenção valia.

A cobertura midiática exibiu, explorou a imagem das pessoas do tal grupo Guardiões, juntou conversas de três grupos em um só e indiretamente acusou sem provas o prefeito de comandar as ações. Edmilson Ávila, sempre manso com Eduardo Paes, chamou Crivella de mentiroso sem dar ao prefeito o direito de se defender.

Ainda que a prática dos tais guardiões seja absurda e condenável não se pode juntar todos do grupo no mesmo balaio dos extremistas anti-Globo.

Exatamente como no caso Fala com a Márcia. Márcia, a funcionária da prefeitura foi explorada, zombada de todas as formas pela impetuosa cobertura da Globo. Mesmo o STF tendo inocentado o prefeito Crivella e desmoralizado o Globo no caso, ela ainda trata como se sua suposta denúncia fosse verdade. Isso não é jornalismo. Na cobertura das chuvas, todas, só tem um culpado: o prefeito. Com Paes, com César Maia e até mesmo o falecido Conde, não havia esse questionamento, mesmo que com Crivella o Rio tenha sofrido a pior chuva de sua história nos últimos cinquenta anos.

Neste último caso o RJTV colocou a foto de todos os vereadores que votaram contra o impeachment no jornal, ainda fez isso no próprio jornal do grupo, o Extra.

Por outro lado, Crivella responde com chavões e clichês repetindo que a Globo só quer publicidade e que ela era mansa com Paes, não soube explicar o porquê contratou pessoas para um serviço que não precisaria contratar caso a saúde fosse boa e pelos valores pagos, mais altos do que a servidores com anos de prefeitura, quadros técnicos. Novamente não consegue dar explicações sem citar o ex-prefeito Eduardo Paes mas vai de encontro ao discurso do presidente Bolsonaro, outro inimigo da emissora também se diz perseguido por ela.

A gestão Crivella é decepcionante e ajuda a Globo a centrar ainda mais fogo no que sobra de sua prefeitura.

Sua melhor ação em 2020 foi saber controlar e trabalhar na pandemia. Os equipamentos trazidos e encomendados no final do ano passado fizeram a diferença no enfrentamento da doença, já em queda na cidade. Diferente do governo do estado, tão paparicado no início, mas destruído no final da pandemia.

Mas Crivella ainda peca em muito mais cenários.

Ainda que se pegue num cenário de crise, falta criatividade e diversidade ideológica para o prefeito fazer uma cidade melhor.

Sua briga com o maior conglomerado de comunicação do país não tem santos.

A Globo é parcial com Crivella. Sempre foi e não vai deixar de ser

Crivella não merece defesa. Mas acima de tudo o Jornalismo deve ter isenção.

A provocação deu certo. Os guardiões surgiram dessa briga com a emissora e foram o ápice nesse momento.

Crivella faz uma gestão que é marcada pela ausência de boas ideias e bons projetos para o Rio e a não continuidade de obras importantes de gestões anteriores.

Crivella poderia brigar com a Globo mas ter obras para apresentar, superávit financeiro e uma cidade mais organizada, mais viva.

Dá munição para os que o detestam e isso acontece, independente do político e sim da figura e para a Globo, louca para detoná-lo em qualquer oportunidade.

Quem dera que fosse assim com todos

Quem perde com isso é o Rio de Janeiro

A urna irá julgar Crivella. E dirá se ele sai vitorioso. Ou a Globo

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