A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (23) uma operação para prender cinco pessoas por supostos desvios de R$ 6,5 milhões em contratos da Organização Social Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) com a Prefeitura do Rio.
Entre os procurados estão Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, e a mulher dele, Simone. O casal já havia sido preso em 2018. Os cinco vão responder por peculato (desvio de recursos públicos), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Segundo a força-tarefa, a antiga gestão do Iabas recebeu, entre os anos de 2009 e início de 2019 — nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella –, R$ 4,3 bilhões em recursos públicos, dos quais os R$ 6,5 milhões teriam sido desviados.
A gestão Crivella em nota ao Jornal O DIA, afirmou que descredenciou a empresa e que herdou esse contrato da gestão de Eduardo Paes
Foto: TV GLOBO
O Iabas também é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por irregularidades na instalação dos hospitais de campanha abertos pelo governo do estado para a pandemia do novo coronavírus (covid-19). No último dia 26 de maio, durante a Operação Placebo, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados à OS no Rio.
De acordo com a PGR, o instituto fraudou documentos e superfaturou o valor de insumos para as unidades temporárias. O esquema teria a participação de agentes públicos, incluindo gestores da Secretaria estadual de Saúde, responsáveis pelo processo de compra.
Na ocasião, também foram feitas buscas contra o governador Wilson Witzel (PSC), a esposa dele, a advogada Helena Witzel, e o ex-secretário Edmar Santos, preso no último dia 10 em um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que também investiga superfaturamento na Saúde do estado.