quinta-feira, maio 9, 2024

O incômodo que te dá uma cor

Olá, tudo bem com vocês?

Que tal fazermos uma reflexão sobre o assunto de hoje… vamos?

Vocês sabiam no dia 03 deste mesmo mês de julho, comemoramos 69 anos da primeira Lei brasileira que criminalizou o racismo?

Pois é, a chamada Lei Afonso Arinos (Lei 1.390/1951) incluiu nas contravenções penais, atos resultantes de preconceito de raça.

Mas será que realmente temos o que comemorar?

Se voltarmos na história, a abolição da escravatura se concretizou por meio da Lei Áurea em 1888 e apenas em 1951, tivemos a promulgação da primeira lei antirracismo.

Foram 63 anos que se passaram após a abolição, até o negro poder caminhar nas ruas e não poder ser julgado, criminalizado, apenas por ser quem ele é.

Nossa, 63 anos é uma vida, né?

Porém, não foram apenas 63 anos. Que tal contarmos os anos desde que a coroa portuguesa “permitiu” a entrada dos navios negreiros, em torno do ano de 1559, alguns 461 anos até os dias de hoje, quase 3 séculos de escravidão e uns 2 séculos de falsa aceitação.

Logo após a Lei Áurea, o Estado não sabia o que fazer com um “monte de negros”, pois eles não tinham onde morar, um emprego, não tinha suporte algum. O que explica a origem das favelas, do funk, do rap, entre outras manifestações culturais.

O Código Penal nessa época, por volta de 1890, passou a criminalizar até mesmo a prática da capoeira, o que despertava fortes perseguições das autoridades na época, e infelizmente até nos dias atuais por outras razões.
Então hoje, quando pessoas brancas se manifestam ao dizer que brancos e pretos, temos que ser tratados de forma igualitária, falta um forte senso de história e empatia com o povo negro.

O povo branco que possui um histórico de violência com os negros, e não ao contrário, mas ainda sim insistem nesse tal de racismo reverso.

Pessoal, não existe racismo reverso!

O que existe hoje é peso na consciência do provo branco, que tem a necessidade de pagar uma dívida aos negros, e que assim se veja de consciência limpa, para então depois seguirmos todos “juntos e iguais” e poder cometer as mesmas ações ilusórias de igualdade, só que agora sem reincidentes.

Um exemplo, é quando entramos no mérito das cotas para negros, que é apenas o Estado pagando de forma mínima essa dívida que ainda não acabou.

Por que ainda não acabou?

Pois nos vemos no século XXI, ano de 2020, com índices de violência, encarceramento, pobreza, desemprego e falta de educação, majoritariamente de negros.

Quem nasce com o privilégio de ser branco necessita para já, compreender que nunca saberá o que é ser criminalizado por sua cor.

O povo negro tem voz.

Deixem-nos contarem como se sentem e como podemos ajudar o movimento.

AJUDAR, e não SER o movimento.

Não é o nosso local de fala.

Respeite, apenas.

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