quarta-feira, maio 8, 2024

O papel do homem no enfrentamento da violência doméstica

Blogs e ColunasSimplificando o direito com Millena ReisO papel do homem no enfrentamento da violência doméstica

Por Millena Reis

Querida irmã, mulher, mãe, esposa, filha…
Tudo bem contigo?
Eu sei que muitas pessoas ao seu redor já lhe perguntaram isso hoje e provavelmente
você tenha respondido que está bem.

Caso tenha respondido seu estado e não estar tão bem assim, não se preocupe com a
surpresa ou falta de resposta ou carinho… as pessoas não estão preparadas para este tipo
de resposta.

Só que hoje eu preciso falar com você, homem. Vamos conversar?

Inicialmente, precisamos desmistificar o que você, homem, pensou, pensa ou pode
pensar como “normal”, entenda:

1. Ciúmes não é demonstração de amor, pode tornar-se obsessivo. Previna-se desse
sentimento que com certeza, não te fará falta.
2. Vocês podem sim demonstrar seus sentimentos, se assim quiserem. Não é vergonha,
nem sinônimo de fraqueza.

3. “Mulher gosta de apanhar”, o medo de agir em situação de violência gera a
paralisação e incapacidade de reagir, bem diferente de gostar de apanhar.

4. “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, a violência doméstica contra
mulher, hoje, é normatizada, ou seja, tem Lei que regula a prática, sendo então uma
questão de saúde pública, uma violação dos direitos humanos, um assunto pertinente ao
Estado.

5. Violência doméstica não se resume somente a agressões, as formas existentes hoje
são: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

6.Saiba identificar em si, como também em outros, o ciclo da violência, que começa no
aumento da tensão, o ato de violência e após, arrependimento e comportamento
carinhoso.

Fonte: Helena Morani
@helenamorani – Instagram

Homens,

Gritar e xingar sua companheira, mãe, irmã, esposa, etc., é violência.
Empurrar, segurar o braço com força, é violência.

Ridicularizar, ameaçar, chantagear, humilhar, isolar contato com amigos ou atividades,
é violência.

Forçar relação, realizar toques ou carícias sem consentimento, destruir ou reter objetos
pessoais, também é violência.

O “normal” que muitos conhecem, que objetifica tantas mulheres, apenas faz parte de
uma cultura machista que se perpetuou por tanto anos e ainda, século XXI, se faz
presente.

Hoje temos a Lei nº 11.340 de 2006 (Lei Maria da Penha), que é uma lei federal e
estipula punição adequada ao coibir atos de violência doméstica contra mulher, porém,
lembre-se sempre daquele ditado, “ser bom por medo de punições não é uma virtude”.
Como que vocês homens podem ajudar ao verem uma situação de violência doméstica?
Primeiro, não julgar. A mulher em situação de vulnerabilidade precisa mais do que
nunca de uma rede de apoio. Olhos que condenam não ajudam.

Denuncie se presenciar. Ajude a encaminha-la a uma Delegacia de Atendimento a
Mulher ou Ministério Público. Tenha o número 180 (Central de Atendimento a Mulher)
gravado nos contatos do seu celular. Faça a sua parte.

Converse com seus parceiros, chame a atenção deles quando presenciar um tipo de
abuso.

Converse com seus filhos, mostre a eles o tratamento adequado.

Não deixe o ciclo se repetir.

Faça a sua parte.

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