sábado, maio 18, 2024

Emissoras católicas de rádio e televisão oferecem a Bolsonaro ‘mídia positiva’

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A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem atraído propostas de alianças em troca de recursos públicos. Padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV ofereceram ao presidente Jair Bolsonaro “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Em troca, porém, eles pedem anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.

De acordo com a reportagem de Felipe Frazão, do jornal “O Estadão de São Paulo”, a proposta foi feita no último dia 21, em videoconferência com a participação de Bolsonaro.

A reunião foi pública e transmitida por redes sociais do Planalto e pela TV Brasil. O grupo solicitou acesso ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, principalmente, à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O encontro virtual foi intermediado pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo do PSL, com a Frente Parlamentar Católica.

O padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, Goiás, explicito ao dizer que espera uma aproximação com a Secom.

Ele afirmou ter R$ 127,3 milhões em contratos com agências de publicidade, para oferecer uma “pauta positiva das ações do governo”.

“A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo. Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem”, afirmou.

O padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas.

“Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos”, disse.

Já o empresário João Monteiro de Barros Neto, da Rede Vida, disse que “Bolsonaro é uma grande esperança”, e . argumentou, ainda, que veículos católicos precisam ser “verdadeiramente prestigiados”.

Emissoras de televisão ligadas a grupos religiosos receberam, no ano passado, R$ 4,6 milhões em pagamentos da Secom por veiculação de comerciais institucionais e de utilidade pública.

Os católicos ficaram com R$ 2,1 milhões e os protestantes, com R$ 2,2 milhões. Em 2020, emissoras de TV católicas receberam, até agora, R$ 160 mil, enquanto as evangélicas, R$ 179 mil, de acordo com planilhas da Secom.

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