sábado, maio 18, 2024

Bolsonaro diz que Brasil pode sair da OMS

CoronavírusBolsonaro diz que Brasil pode sair da OMS

O presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) na pandemia e disse que o governo pode deixar a organização que, de acordo com ele, atua “com viés ideológico”. No fim de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS, congelando repasses que o governo norte-americano faria à entidade.

manifestação de Bolsonaro ocorre uma semana após Trump ter anunciado o rompimento dos EUA com a OMS, após acusar a organização de atuar para favorecer a China.

“Adianto aqui: os Estados Unidos saíram da OMS, a gente estuda no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou a gente vai estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, disse Bolsonaro em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro também citou na entrevista o fato de a OMS ter voltado atrás nesta semana na decisão de interromper seus testes com a cloroquina no tratamento de Covid-19, e relacionou a decisão com o corte de financiamento pelos EUA.

Contudo, a OMS voltou atrás sobre os testes com a cloroquina após uma revisão feita pela revista científica The Lancet em artigo que havia apontado riscos no uso do medicamento, depois que os autores do estudo reconheceram possíveis problemas com dados usados no levantamento.

Bolsonaro e Trump são defensores do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19, apesar da falta de eficácia comprovada.

EXEMPLO

Bolsonaro foi questionado sobre comentário feito mais cedo pelo presidente dos EUA que citou o Brasil como exemplo de país com dificuldades para lidar com a pandemia de coronavírus. Trump defendeu a estratégia adotada por seu governo contra a doença e dizer que agora os EUA devem mudar o foco para se concentrar em proteger grupos de risco e permitir uma maior reabertura da economia.

Na entrevista, o presidente não respondeu diretamente à fala de Trump e, interrompendo o repórter, mandou um “abraço” ao presidente dos Estados Unidos e disse que o Brasil quer cada vez mais aprofundar o relacionamento com aquele país.

“Torço para que seja reeleito”, disse Bolsonaro. “Trump, aquele abraço”, repetiu, concluindo seu comentário sobre o assunto.

O presidente dos Estados Unidos havia dito que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Suécia, país que não impôs quarentenas e decidiu se basear principalmente em medidas voluntárias de distanciamento social e higiene pessoal, mantendo a maioria das escolas, restaurantes e empresas abertas. Como resultado, a Suécia tem um número muito maior de casos de Covid-19 do que seus vizinhos nórdicos.

Durante a entrevista, o presidente Jair Bolsonaro também comentou a mudança de horário na divulgação do balanço das infecções e mortes por covid-19, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Desde a última quarta-feira (3), a pasta só envia os dados consolidados do dia por volta das 22h. Antes, esse balanço era enviado por volta das 19h.

“É para pegar os resultados mais consolidados e tem que divulgar os mortos do dia. Ontem, os mortos eram de dias anteriores. Se quiser, faz um consolidado para trás, mas tem que mostrar os mortos do dia”, disse Bolsonaro, sobre a metodologia de divulgação adotada pelo Ministério da Saúde.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que os números de casos de covid-19 e de mortes causadas pela doença são repassados à pasta pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. O ministério acrescenta que analisa e consolida os dados e que em alguns casos “há necessidade de checagem junto aos gestores locais”. “Desta forma, o Ministério da Saúde tem buscado ajustar a divulgação dos dados, que são publicados diariamente na plataforma covid.saude.gov.br”, destaca o texto.

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