Terminou o Mundial Feminino de Futebol com mais um título da seleção dos Estados Unidos. Apesar dos estádios lotados, a média de público da competição será um pouco menor do que do último mundial em 2015, no Canadá, de 25 mil torcedores. O público ainda assim é maior do que média de público do Campeonato Brasileiro.
Isso é um ponto.
Vamos ao Brasil, a nossa mídia. A Globo erra em algo que não vem dela originalmente ou que por conta da sua amplitude consegue alcançar.
Era óbvio que a transmissão do futebol feminino esse ano teria um aumento de audiência, afinal a Globo tem uma audiência em média maior do que a Record e SBT juntas, isso se pegarmos apenas São Paulo. No Rio, a distância é menor mas existe. Em outras capitais, a distância inexiste.
Porém seria óbvio que a audiência aumentaria aqui.
Agora, o discurso de repórteres, apresentadores de que esse Mundial foi um marco histórico para o futebol feminino é balela. Será um marco para a Globo, se ela quiser. O Mundial Feminino de Futebol sempre teve seu brilho crescente nas edições. Aliás em termos técnicos, a edição do ano passado foi até melhor.
Outra coisa, a animosidade pelo fato da emissora carioca transmitir é unicamente pela audiência grande, porque em termos de transmissão e apoio a modalidade, a Band com Luciano do Vale foi o pioneiro.
É preciso lembrar que quem esteve em 1995 no Mundial da Suécia, em 1999 no Mundial dos Estados Unidos, em 2007 na China e em 2015 foi a BAND.
Em 2011 e 2015 ainda teve a companhia da TV BRASIL.
Futebol feminino rende liderança à Band
Ou seja, não há ineditismo nenhum na transmissão global. Na verdade talvez para um público que só assiste Globo até por osmose sim, mas em termos de importância da modalidade a emissora não é a primeira. Ela sabe. O problema é o Cléber Machado afirmar que nunca passou Mundial Feminino na TV aberta antes, o problema é repetirem que esse Mundial é o marco histórico, o maior da história.
Se foi pelo futebol, ainda discordo mas entendo. Mas para a representação do futebol feminino no mundo e até no Brasil é mais um.
Para o Brasil já passou da hora de termos um marco, um avanço.
Outra coisa, espero que a Globo entenda isso como um marco para ela e não fique só no Mundial. Tem que passar os gols do Brasileirão feminino, dos campeonatos estaduais, tem que ter música no Fantástico, tem que passar os gols no Globo Esporte, tem que ter jogo em horário nobre.
Tendo mídia, as empresas aparecem e todo mundo ganha.
A Band que poderia fazer isso, não tem a audiência da Globo. Na verdade só a Band para organizar no final do ano o Torneio Internacional de São Paulo, sempre lotando o Pacaembu com Marta dando seu show.
Agora a Globo tem a obrigação de tratar o futebol feminino igual ao masculino no dia a dia até para validar seu discurso e se realmente é uma chance de ainda mais crescimento para as meninas é preciso dar visibilidade.
Todo mundo sairá ganhando.