A prefeitura do Rio utilizou apenas 22% da verba total disponível para ações de controle de enchentes e contenção de encostas. Esse levantamento foi feito pelo UOL e usou como base dados do portal da transparência da Prefeitura do Rio e as LOAs – Lei Orçamentária Anual- de 2017 e 18
Dos 731 milhões de reais aprovados, apenas 166 milhões foram utilizados.
Após o temporal de ontem, o Rio amanheceu com um cenário caótico e seis mortos e dezenas de feridos e desabrigados
No Morro dos Macacos, o teto cedeu e por pouco não atingiria com mais gravidade Sebastião Silva, conhecido como Tião. Ele sofreu escoriações.
Os LOAs previram respectivamente recursos de 342 e 388 milhões mas em 17, foi usado apenas 41 milhões e em 18, menos de metade 125, mesmo com mais recursos.
Em Fevereiro de 2018, numa tragédia semelhante, a Prefeitura foi criticada pelo congelamento de 90% do valor disponível
Em 17, o prefeito também foi criticado por tirar parte da verba para conservação para publicidade, em gastos tão altos como na época de Eduardo Paes em matéria do jornalista Ruben Berta, para o Portal THE INTERCEPT
“Por meio de um decreto publicado no dia 30 de maio, Crivella turbinou de vez a propaganda de seu governo. Foram remanejados R$ 21,2 milhões da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) para o investimento em publicidade. As verbas saíram das seguintes ações: aquisição de matéria prima para a fabricação de massa asfáltica (R$ 10 milhões); conservação de logradouros (R$ 4,2 milhões); demolições e operações emergenciais (R$ 2 milhões); e conservação e revitalização das vias especiais (R$ 5 milhões). No dia 6 de abril, o prefeito já havia publicado outro decreto tirando R$ 1 milhão da conservação de logradouros para divulgar suas iniciativas de governo.
Traduzindo, Crivella tirou R$ 22,2 milhões que poderiam ser usados, por exemplo, para tapar as esburacadas ruas cariocas – que prejudicam não só quem anda de carro, como quem usa transporte público – para abrir caminho para dizer mais e mais vezes que anda cuidando bem das pessoas.”
Nesta quarta-feira, em entrevista concedida num dos locais atingidos pelas fortes chuvas que castigaram a cidade desde o fim da tarde do dia anterior, o prefeito admitiu que um corte total de 60% na verba de Seconserva pode ter agravado a situação. Mas tentou tirar o foco do uso dos recursos em publicidade. “O problema da crise financeira do Rio de Janeiro é prioridade. A prioridade é a saúde e a educação”, disse. E, apesar de todos os transtornos, afirmou que o Rio “passou no teste”.
Link: https://theintercept.com/2017/06/21/crivella-tira-r-22-mi-de-conservacao-para-publicidade-e-apos-enchente-diz-rio-passou-no-teste/
e ano passado, o prefeito até anunciou sensores inteligentes para melhorar o fluxo da água nas enchentes. A promessa para Dezembro não foi cumprida.
Em entrevista na tarde desta quinta, Crivella disse que recursos de outras áreas foram empregados nas ações de combate as enchentes justificando que o Plano Verão limpou quilômetros de bueiro e disse que é preciso uma visão holística para verificar onde as verbas foram gastas.