“Você pode ser protegido, mas a sua família não. Já pensou em ver seus familiares estuprados e sem cabeça?”
“Vamos sequestrar a sua mãe, estuprá-la, e vamos desmembrá-la em vários pedaços que vamos te enviar pelo Correio pelos próximos meses. Matar você seria um presente, pois aliviaria a sua existência tão medíocre. Por isso vamos pegar sua mãe, aí você vai sofrer”.
Imagina sofrer uma ameaça como essa, você sendo parlamentar no Brasil. Ainda mais sendo gay assumido, o segundo homossexual assumido na Câmara, o primeiro foi Clodovil.
As duas mensagens que você acabou de ler foram divulgadas por um jornal carioca mostrando as ameaças contra o deputado
“Vou te matar com explosivos”, “já pensou em ver seus familiares estuprados e sem cabeça?”, “vou quebrar seu pescoço”, “aquelas câmeras de segurança que você colocou não fazem diferença”.
As ameaças eram disparadas pelas redes sociais, no e-mail e telefone do gabinete em Brasília, ou no e-mail pessoal do próprio deputado.
Ele era acompanhado o tempo todo por três agentes e transportado com o suporte de dois carros blindados.
Polícia Federal (PF) afirma que abriu, em Brasília, cinco inquéritos, entre 2017 e 2018, para investigar as ameaças ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). O parlamentar do Rio encaminhou para a PF cópia de e-mails que recebeu com ameaças à vida dele e de familiares.
“Sua mãe já estava na linha e seria morta antes de 1º de fevereiro”
“Aquelas câmeras de segurança que você colocou não fazem nenhuma diferença e nós estávamos monitorando sua mãe e seu irmão”
Em outra mensagem encaminhada à PF, de março de 2017, o autor diz “matar você seria um presente” e “você pode ser protegido por ser deputado federal mas sua família não”.
Em setembro de 2017, Jean recebeu outro e-mail com ameaças: “Depois de matar toda a sua família, eu vou fabricar 2 000 kg do agente detonante ANFO e vou deixar uma van parada na porta da Câmara dos deputados em Brasília no dia que você estiver lá”
Plano para matar Freixo e morte de Marielle
A Polícia Civil no final de 2018 interceptou um plano da milícia de assassinar o deputado federal Marcelo Freixo.
O crime aconteceria após uma atividade do parlamentar com militantes e professores em Campo Grande.
Esse documento diz que um policial militar e dois comerciantes matariam Freixo e que teriam ligação com os milicianos da Zona Oeste que mataram Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, mortos em Março de 2018. A Polícia já apura a suspeita de grupos milicianos da morte da vereadora e do motorista.