E hoje ignora a crise nos hospitais estaduais
A saúde pública no Rio de Janeiro, enfrenta uma situação muito delicada e ruim há anos, mas quem olha sob o aspecto da mídia, sem uma visão de quem conhece o meio, pensa que a saúde do Rio de Janeiro era uma maravilha e hoje está ruim por causa do governo Marcelo Crivella.
De fato, a Prefeitura não consegue dar uma melhora a qualidade de saúde do município apesar dos excelentes profissionais que lá se encontram, digo isso como paciente e alguém que usa os serviços.
Só que essa visão crítica do jornalismo da Globo, não se aplicou na Prefeitura de Eduardo Paes.
De 2013 a 2014, a Prefeitura de Paes diminuiu a verba da saúde do município e grande parte dos hospitais e clínicas foram entregues a iniciativa privada com Organizações Sociais suspeitas de corrupção.
A queda foi de 456 milhões de reais.
O orçamento foi de 4, 13 bilhões.
Menor que nos anos com Marcelo Crivella no poder.
Essa reportagem do Jornal O Dia mostrou que a situação dos pacientes do Hospital Salgado Filho era preocupante. Além do mais cheiro, conta a matéria que uma senhora de 87 anos que sofria de Mal de Alzheimer em estágio avançado, esperava dias para a colocação de uma sonda.
Na época, Paes alegou que os recursos não estavam cortados, porém retidos.
A prefeitura ainda disse que destinou mais verba do que 2013, facilmente negável.
http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-02-15/saude-do-rio-tem-corte-de-r-216-milhoes.html
A data de reportagem é do dia 15 de Fevereiro de 2014
Porém nesta data, o Globo publica somente notícias favoráveis a Paes
Os dois secretários de saúde dos governos Paes, Hans Dohmann e Daniel Soranz tiveram bens bloqueados e viraram réus em ações que investigavam negligência em fiscalização de contratos.
O investimento foi maciço nas Os, Organizações Sociais, cujas quais várias estão envolvidas em corrupção e cujo histórico de alguns donos não é bom e que não representa melhora no serviço.
A organização social Biotech foi alvo por ter desviado 53 milhões em recursos.
Ainda no governo Eduardo Paes, o Rio de Janeiro foi classificado como um dos piores estados brasileiros no atendimento ao SUS.
Em 2016, Paes inaugurou de forma eleitoreira diversas clínicas da família sem previsão orçamentária para isso.
Resultado?
Crise que pode aprofundar o sistema de saúde atual.
Lógico que deve ser mostrado mas o sensacionalismo atual e o sentimentalismo na reportagem faz parecer que existem vilões e mocinhos.
Numa campanha eleitoral onde Eduardo Paes é candidato e se omite a responsabilidade dele na situação atual, representa claro apoio político.
Fico com as palavras de Paulo Pinheiro, oposição aos dois governos, na saída da gestão Paes. Isso antes dele virar figura carimbada no Extra, na gestão Crivella:
“Desde 2009, nosso mandato vem fiscalizando as péssimas opções do Governo PMDB no Rio, especialmente na área da Saúde municipal. Nesse período, denunciamos regularmente a pesada maquiagem que a equipe de marketing da Prefeitura preparou para o setor.
Foram vários requerimentos de informação solicitando às listas de espera do SISREG, todos eles devidamente ignorados. Toda e qualquer tentativa de abrir essa verdadeira caixa-preta era respondida com o “mantra” falacioso de que “55% dos cariocas estão cobertos serviços de Saúde”.
Na nossa linha de oposição propositiva, sempre apresentamos sugestões que, lamentavelmente, foram sistematicamente desqualificadas pelos Secretários. O programa de Governo que defendemos nas últimas eleições falava em ampliar a oferta de exames laboratoriais e de imagem; organizar nossas 11 policlínicas para aumentar o atendimento por especialistas e aumentar os números de leitos – principalmente de CTI, clínica médica, neurocirurgia e cirurgia vascular.
Espero que o novo Prefeito faça opções melhores que o anterior, começando por uma revisão completa das prioridades da rede pública”
*Artigo publicado na página de Facebook do Vereador Paulo Pinheiro
Com Eduardo Paes no governo, Pinheiro não era ouvido pelo Globo. Sem Paes, Pinheiro virou presença constante.
Justiça feita ao vereador, ele sempre criticou Paes e admite que a saúde piorou foi no governo Paes.
Nesse período eleitoral, é muito perigoso ver isso acontecer.
Jornalisticamente é um erro.