A campanha eleitoral chega no final e cada vez mais é preciso entender como a mídia é um fator preponderante em tudo que é dito e colocado pelos candidatos.
Na última semana, o ex-secretário de obras do governo Eduardo Paes, na Prefeitura do Rio, Alexandre Pinto afirmou em delação premiada que o ex-prefeito, hoje favorito nas pesquisas para governador, recebeu propina das empreiteiras para as grandes obras no Rio de Janeiro pré Olimpíada.
O que surpreende não é isso. Delações são feitas e sempre são divulgadas pela mídia, com estardalhaço dependendo de quem seja o delatado.
Não foi o que ocorreu com Eduardo Paes. Os Jornal Extra e O Globo literalmente esconderam a delação contra Paes nas suas versões impressas, diferentemente do que fizeram com Marcelo Crivella em 2016. Sempre há a tentativa de um fato novo por parte da mídia durante a reta final da eleição.
Aconteceu com Lula em 2006, na chamada “farra dos aloprados”, Dilma em 2010 com o caso da “bolinha de papel” e Crivella onde a Globo e a Veja produziram reportagens a uma semana do pleito para de alguma forma influir no processo eleitoral.
O mesmo não vale para Eduardo Paes?
Lembrando mais uma vez, as relações amigáveis entre O GLOBO/EXTRA e o prefeito, só basta analisar a quantidade de verba publicitária obtida na época da Prefeitura e as parcerias como no caso do Museu do Amanhã onde descobriu se que a verba foi desviada.
Os mais de 130 milhões de Eduardo Paes para a Globo
Certamente se fosse outro candidato, a tal delação do secretário seria capa e destaque do jornal.
Com Eduardo, além de não ter citação na capa, ela entra numa pequena nota lateral ao lado de outra notícia cujo título é “ex-prefeito”, sem citar o nome do mesmo.
Já disse e repito, se fosse Crivella seria diferente, se fosse Dilma, Lula, Haddad, Ciro e até Bolsonaro seria diferente.
Basta ver a delação de Antônio Palocci e a maneira como foi explorada pela mídia.
Ou quando Crivella nem tinha sido citado mas foi publicado que ele “seria citado”. Loucura!
A delação sendo verdadeira ou não, deve ser falada e dita, não pode ser ignorada mas não pode ser escondida e espetacularizada.
Claro que não pode virar certeza de crime ou condenação visto que precisa de provas mas a mídia, em especial, o Jornal Extra/Globo mostra que o interesse está a frente do jornalismo isento e verdadeiro.
Paes debocha, secretário de Cabral ameaça e mídia manipula
Mais uma demonstração lamentável de que o jornalismo precisa de mudanças.
Eduardo Paes tem tudo para se eleger. Gostaria de ver como será a diferença de tratamento em relação por exemplo ao atual prefeito. Gostaria de ver se capas lamentáveis como essa, em que coloca os professores como culpados de um aumento irrisório de Paes, vão voltar.
Triste quando o jornalismo militante está não na cabeça do repórter mas na do patrão!!