domingo, maio 19, 2024

Crivella e o terceiro turno no Rio

BLOG DO LEOCrivella e o terceiro turno no Rio

Por que insistem em derrubar o prefeito Marcelo Crivella? Por que Crivella não aprende a fazer política?

Nos últimos dias presenciamos na mídia uma guerra quase que santa entre as Organizações Globo, cujo Jornal O Globo é seu principal ativo e a prefeitura do Rio, de Marcelo Crivella agora com a participação do Ministério Público.

A tentativa de impor um processo de impeachment no Rio de Janeiro não deu certo, por 29 votos a 16 sendo rejeitada na Câmara de Vereadores do Rio. A oposição ainda pede duas CPIs por conta de uma reunião, tida como secreta mas que contou com mais de 250 participantes além de um jornalista do Globo que entrou na reunião sem ser impedido em nenhum momento.

O processo de Impeachment questiona uma menção do prefeito a assessora Márcia que disse ele, iria agilizar para que pastores encaminhem fiéis para cirurgias em até duas semanas.

Não há prova real de que filas foram furadas, não há prova de que o sistema tenha sido manipulado, o Prefeito que diz uma coisa que deixa margem a interpretação, se confundiu entre dizer algo que dá a impressão de benefícios aos evangélicos é apenas deixar Márcia a disposição das pessoas para ajuda no encaminhamento. O fato de Márcia conhecer os diretores dos hospitais também não significa que filas serão furadas.

O que se vê não é a preocupação dos vereadores e dos grupos de mídia no Rio de Janeiro, nas suas questões. Porque se não o já teriam feito em outras administrações. A questão é puramente política.

Política para tentar derruba-lo numa denuncia extremamente frágil

Política para salva-lo para arrebanhar votos, apoio e aliados.

Para mim está muito claro que o prefeito errou nas palavras e que não tem absolutamente tato algum para o faro da política, da mesma forma como Dilma Rousseff.

Mas longe de representar um Impeachment pelos seguintes motivos:

Não há prova legal em sistema do suposto benefício que alguém poderia possivelmente ter furando a fila do Sisreg.

Não há prova de que fiéis seriam essas pessoas supostamente beneficiadas, não há como saber quem é quem que é atendido.

O mutirão da catarata, um sucesso foi planejado para atender a 15 mil pessoas mas muitas não foram fazer a cirurgia, gerando vazio. Portanto, não há furo de fila.

Pelo contrário, Crivella talvez estivesse estimulando os pastores a chamar os fiéis para aderir ao mutirão.

De fato, existem pessoas que sofrem nas filas e não são atendidos.

Só que quando você pega uma pessoa, parece que o problema é dimensionado, como foi na estratégia que levou a intervenção federal.

Ou seja, a coisa ficou confusa.

Queria ouvir o secretário municipal de Saúde mas este parece que sumiu.

Não há a princípio irregularidade que possa gerar um processo de Impeachment, que nunca na história foi analisado com isenção. Sempre foi pela política.

Vejamos, outra questão que me pareceu absurda. A mídia falar em favorecimento por causa de IPTU é cômico.

Igrejas de qualquer religião são totalmente isentas de pagar imposto, está na constituição.

A questão é que houve uma tentativa clara de derrubar o prefeito.

Que não tem aceitação por boa parte da população que não suporta ver um evangélico da Igreja Universal no poder somado ao fato que a Globo todos os dias pegando qualquer coisa pra jogar a população contra o governo é um peso forte contra.

Como disse em outro artigo, muito lido aqui por sinal, a Globo não joga pra perder, ela é contra todos aqueles que não se vergam ao seu poder e o ataca de forma que nunca mais o governador foi citado nas suas matérias. Este com alguns processos de Impeachment e que deixou a míngua o estado do Rio, agora tentando se recuperar.

Vale lembrar que mentiu a capa do Extra ao dizer que o vereador Otoni de Paula, conhecido por ser evangélico é pró Crivella. Quem acompanha a trajetória do moço sabe dos discursos que ele profera contra o alcaide municipal.

O jornal Extra, que não é um bom jornal há muito tempo, fez uma capa em que o acusa de ter feito gestos homofóbicos ao vereador David Miranda, do PSOL.

E agora surge uma “super reportagem” mostrando que Otoni, que também é pastor possui dívidas por conta de cheque sem fundo.

Da mesma forma reage sua concorrente, Record que aponta Átila Nunes, um dos maiores opositores do prefeito mostrando que ele é acusado de improbidade administrativa, da mesma forma como ele foi um daqueles que recebeu ligação de Jorge Picciani para que votasse pela soltura dele no ano passado, caso vergonhoso da Alerj.

O cenário que vejo é de uma total guerra. Um round 3 de uma guerra que começou ainda na eleição.

Todos contra Crivella, especialmente o Globo que mais uma vez não conseguiu derrubar um governante, igual Temer ano passado.

A onda de notícias e linchamento virtual especialmente a tal Márcia foi lamentável.

A onda de quebra do paradigma democrático Brasileiro não pode alcançar a frouxidão.

Hoje, qualquer coisa pode ser motivo para pedido de Impeachment.

O que é perigoso para a democracia do nosso país.

Nessa batalha, o Globo que sempre joga pra ganhar, perdeu mas não desistiu da guerra tentando patrocinar uma CPI.

Não só uma CPI, como um inquérito que estava parado fez um juiz de Brasília sem apresentar provas, bloquear 3,1 milhões de Crivella por uma denúncia em que foi absolvido no TCU, Tribunal de Contas da União.

A questão da publicidade é óbvia, também.

Eduardo Paes e Cabral eram parceiros e sócios do grupo de mídia, tanto que obras importantes foram feitas em conjunto somado a recomendação de matérias que não desagradassem a especulação imobiliária na época da Copa e na Pré.

Tentaram fechar a escola Friedenreich e desocuparam a favela Metrô Mangueira de forma parcial, sem dizer a eles o que seria feito dali.

Sem falar na publicidade

Na gestão anterior, de Eduardo Paes, a Infoglobo e a Fundação Roberto Marinho receberam mais de R$ 130 milhões da prefeitura.

Inclusive, a parte mais substancial de R$ 112,3 milhões que Eduardo Paes desviou de obras de infraestrutura no Morro do Pinto, da Previdência e de revitalização no centro da cidade, para a construção do Museu do Amanhã. R$ 56 milhões foram destinados à Fundação Roberto Marinho, para gestão dos museus da cidade. Hoje em dia, só para complementar os gastos do Museu, a prefeitura gasta de R$ 15 a 20 milhões por ano.

De 2010 a 2016 – 8 anos de gestão Paes e 2 de Crivella – o Sistema Globo de Televisão, mais Globo Online, revista Época, a parte impressa (jornal O Globo, Extra, Expresso, compras da Secretaria de Educação e da Riotur receberam um total de R$ 156,5 milhões. Muito mais do que os R$ 17 milhões do Grupo Bandeirantes, os R$ 20 milhões de O Dia, os R$ 26,6 milhões da Tupi.

Segundo levantamento feito pela equipe de Crivella, sempre que se aproximam períodos eleitorais, a Globo aumenta a fuzilaria contra os adversários.

Candidato ao Senado em 2002, ele foi alvo de 52 matérias negativas em O Globo. Em 2003, o número caiu para 5 matérias negativas. Em 2004, ano de eleições municipais, as matérias negativas saltaram para 151. Caíram para 8 em 2005. O recorde foi batido na candidatura para prefeito, em 2008, com 330 matérias negativas. Nas eleições para governador, em 2014, o número saltou para 114.

Esse ano, Eduardo Paes concorre.. sabe como é né

Cabral, que destruiu o Rio de Janeiro e está preso teve uma cobertura simpática até o fim do seu contestado mandato.

Sem falar em denúncias e denúncias do PMDB, não faladas.

Sobre o Prefeito, ele falha muito, falta a ele ser mais claro na hora de mostrar a população o que tá sendo feito. Falta firmeza, falta fazer uma obra que marque.

Levantamentos mostrando falhas na educação, na saúde feitas pelo TCM, são mostradas pelo Globo como um problema do governo, quando isto é um problema histórico. Lamentável a maneira como é noticiado.

Mas Crivella precisa ser mais político, menos pastor, mais rede social e mais entrevistas.

Me dê uma entrevista, Crivella!!

Precisa falar na Globo!

Precisa ser mais claro!

Precisa ouvir mais os seus assessores, não pode perder uma profissional como a Inni Vargas e outros.

Precisa mudar também o discurso contra a Globo, não ficar entrando somente na questão moral, tentando agradar o eleitorado conservador, sendo que ele foi eleito pelo de centro.

O eleitorado de centro também deve ser atingido porque no Rio de Janeiro é ele quem decide eleição, não o de esquerda.

Crivella precisa articular melhor seu governo, fazer política. Simplesmente fazer política.

Se agir como a Dilma agiu, vai cair.

Tem que ter habilidade política.

Deixar de culpar só o Eduardo Paes. A entrevista no SBT explicou mas pecou por usar os mesmos argumentos para a perseguição.

Prefeito, faça política, dê ao povo o que ele precisa.

Você ainda está muito abaixo do que poderia. Do que pode fazer.

Há um governo em andamento e há uma tentativa de melhora, mas parece que não é feita como deveria.

César Maia e Eduardo Paes fizeram administrações contestadas mas nenhuma resultou em processo de impeachment.

A cidade da música, escandalosa obra absurda na cidade além do Museu do Amanhã que teve verba desviada, além da Ciclovia Tim Maia, não resultaram sequer em pedidos de Impeachment.

Crivella tem que se cuidar e fazer política para evitar ser engolido por oportunistas como a vereadora Teresa Bergher.

A cidade do Rio é muito mais complexa do que se imagina e o prefeito tem que entender que para encarar de frente seus adversários é preciso inteligência, tato e jeito político para fazer o que deve ser feito.

Os grupos de mídia precisam aprender que jornalismo é feito ouvindo os dois lados e dando perspectiva, mostrando o contexto sem deixar o interesse do patrão falar mais alto.

A política com religião é uma mistura ruim e explosiva mas não pode ser objeto de ódio de alguns que escondem os lados bons e supervalorizam os ruins.

A população deve continuar cobrando mas tomar cuidado, não pode aceitar ser massa de manobra de ninguém.

O Rio de Janeiro não é para amadores

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