segunda-feira, maio 20, 2024

Erick Bretas: É hora de virar a página

BLOG DO LEOErick Bretas: É hora de virar a página

Reproduzido de seu Facebook

Foto: Hugo Martins Oliveira

Não é saudável para um país gastar tanto tempo falando de uma mesma pessoa. Na imprensa, nas redes sociais, nas conversas do bar, nos almoços de família o assunto é Lula, Lula, Lula.

Esse post, óbvio, é apenas mais um sintoma desse problema, porque é de Lula que ele fala e é de Lula que trata a maior parte das minhas postagens no Facebook — sim, admito isso sem constrangimento.

Mas o Brasil tem desafios muito maiores do que a solução dos problemas jurídicos de um indivíduo, por mais importante que ele seja — e Lula é importante, sem dúvida.

Este é um pais que não encontrou seu destino manifesto, sua vocação como nação. Tem problemas estruturantes a resolver, tem dívidas históricas a pagar.

Temos perguntas muito mais importantes a responder do que se Lula será preso e quanto tempo ficará na cadeia:

Como vamos reduzir a desigualdade social que voltou a crescer com os erros de Dilma na economia?

Como vamos enfrentar a guerrilha urbana que mata 60 mil pessoas por ano?

Como vamos educar nossas crianças para que saibam ler, escrever, interpretar, calcular e codificar?

Que consensos somos capazes de produzir e que diferenças teremos de conciliar — e como faremos isso sem acentuar as nossas divisões?

Passamos os últimos meses falando monotematicamente de habeas corpus, embargos de declaração, trânsito em julgado, mudanças jurisprudenciais etc. E não porque sejamos uma sociedade cujas liberdades estão coletivamente ameaçadas, mas porque a liberdade de UM indivíduo está ameaçada em função dos crimes que cometeu.

Lula arrastou o PT para uma armadilha quando estabeleceu como estratégia de defesa para seus problemas jurídicos a antecipação da disputa eleitoral. Agora lá está o partido que já foi a maior máquina de vencer eleições do Ocidente a implodir com as derrotas de seu líder nos tribunais.

Que a entropia do lulismo destrua um partido, é até compreensível. Mas que sequestre uma nação inteira, é algo que não podemos aceitar.

Amanhã, quando a porta daquela cela se fechar em Curitiba, vamos virar a página.

E mudar de assunto.

Pelo menos temos que tentar.

Erick Bretas é jornalista

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