Quando eu era criança todos os dias eu escutava rádio. Era algum programa da Rádio Globo, Tupi AM ou então a antiga Tupi FM. Aos 8 anos de idade ganhei o meu primeiro rádio de pilha do meu pai e o tive até os 10, 11 anos. Comprei pela primeira vez aos 15 e nunca mais fiquei sem. Era futebol todos os jogos além de música, muita música. Me acostumei a ver o cenário cheio de boas rádios no dial, com ótimas opções de musica e programas jornalísticos além do esporte. Mas de 2012 pra cá o cenário é outro.. é desanimador.
O rádio carioca enfrenta uma das suas maiores crises da história. Empregos acabando, emissoras fechando as portas. Me lembro da Rádio Fluminense, a boa e velha Fluminense FM, a Rádio Cidade em 2006 e a mais traumática.. em 2016. O fim da Rádio Cidade que foi tema aqui do BLOG deixou claro que no dial carioca não tem espaço para o rock. Infelizmente. A boa e velha Rádio Manchete que nos anos 2000 teve uma volta muito boa decaiu de forma que hoje também já não existe mais, só na web.
Agora é a vez da MPB FM que chega ao fim hoje deixando saudade em ouvintes e um vazio aos amantes de boa música pela sua programação voltada ao samba, a música popular brasileira e com estilo que saúda as tradições musicais do nosso país. A MPB FM que pertence ao Grupo Bandeirantes encerra suas atividades hoje 31 de Janeiro as 23:59 dando lugar a Band News que já ocupa a faixa 94,9. Se a Band quiser fazer algo de útil seria interessante colocar a Bradesco Esportes no 90,3 já que seu sinal no 91,1 é sofrível.
Empregos que se vão, um vazio deixado nos ouvintes, empresas mal administradas vivendo apenas de recursos públicos que hoje já nem existem mais, caso da Super Rádio Tupi que era líder de audiência mas agora amarga um mês fora do ar.
Muita gente quer e pede que ela volte mas eu não peço que ela volte. Peço que primeiro a Rádio pague as pessoas, os funcionários a quem deve. A Rádio Tupi que sempre foi veículo oficial dos Governos do PMDB no Rio de Janeiro hoje amarga as suas administrações péssimas que só levaram ao caos. Primeiro foi o final da Rádio Nativa, a mudança da sede da emissora saindo do histórico prédio da Rua do Livramento para uma construção onerosa e desnecessária que foi a nova sede no bairro de São Cristóvão.
Quero muito que a Tupi volte mas que primeiro pague as pessoas. Os salários não são pagos há muito tempo e a rádio de forma justa está fora do ar. Os funcionários estão de greve e querem apenas receber o que trabalharam. Ninguém trabalha de graça. A crise tá tão braba que tem veículo que tá fazendo tudo por permuta, sem pagar.
O novo dono da TUPI, é dono de diversas rádios mas é envolvido em irregularidades em rádios piratas em que era sócio do irmão.
Um mês com a Tupi fora do ar, o fim absurdo da MPB FM aliado ao final da Cidade nos entristecem. Perdem todos nós.
Como sair dessa crise?
O pior é ver que enquanto isso… “Meu Pau te ama” toca em algumas rádios do Rio de Janeiro como se isso fosse sucesso.
As rádios líderes de audiência são a 93 FM que é evangélica, a FM O DIA e a TUPI. Tá aí o que sobra no Rio de Janeiro. Rádios religiosas, de funk e pagode e a Rádio Globo, que ainda tem qualidade ao menos. JB e Paradiso eu peço a Deus que resistam o quanto for, assim como a Antena 1.
Hoje é a MPB FM, amanhã certamente será a TUPI ou alguma outra rádio que acaba.
Qual será o futuro da profissão? O que dizer a um estudante que quer fazer rádio? Será que vale a pena?
Crise, decadência… Para onde vão as emissoras de rádio tradicionais ?
Ta aí a pergunta… estamos querendo encontrar a resposta