domingo, maio 5, 2024

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Fidel Castro entre erros e acertos

BLOG DO LEOFidel Castro entre erros e acertos

Leonardo Oliveira

Quem era Fidel Castro para você? Um revolucionário que era o expoente do socialismo e que libertou o povo da ditadura de Fulgêncio Batista ou o um ditador que acabou com as liberdades individuais do povo Cubano e que submeteu o país a uma terrível pobreza e perseguiu homossexuais e censurou a Imprensa.

Sim, ele foi um revolucionário e um ditador  ao mesmo tempo. Revolucionário porque derrubou uma outra ditadura, a de Fulgêncio Batista.  Revolucionário porque promoveu reformas importantes que garantiram a ilha um serviço de saúde invejável no mundo todo, segundo defensores.


Fidel juntamente com Che Guevara e Raul Castro faziam parte de um movimento chamado 26 de Julho e com isso fizeram a chamada Revolução Cubana que aconteceu em 1 de Janeiro de 1959 ao tomarem a ilha e derrubarem Batista, que foi o último presidente eleito do país.  Após a Revolução, ou o Golpe sobre o Golpe reformas aconteceram como a da saúde, totalmente universalizada e a educação.

As relações com os EUA nunca foram boas. O governo do Republicano Eisenhower esteve ao lado de Batista

Mas ao desapropriar imóveis e empresas norte-americanas na ilha, e apoiar a União Soviética na Guerra Fria, os EUA impuseram um embargo econômico a ilha proibindo todos os países que mantém relações com os americanos a exercer qualquer relação com Cuba ou seja, Cuba estava totalmente isolada economicamente restando apenas a ela os países socialistas. A Guerra Fria dividiu a economia do mundo entre os países comunistas e os não comunistas.

Mas o que eu quero falar aqui é que Fidel foi um personagem da sua história, da história de um país e do mundo.

EDUCAÇÃO CUBANA

A educação de Cuba é usada como instrumento de propaganda do regime, sendo seu carro-chefe junto com a saúde.

Fidel promoveu de fato uma reforma que reduziu o analfabetismo a quase zero, segundo não só dados oficiais mas também dados da UNESCO de 2015.

É fundamental crianças na escola. Qualquer país necessita ter essa preocupação. A educação deve ser igualitária e universal. O problema é que ela deve ser libertadora e não instrumento de ideologia para o regime Castrista. Esse é o grande defeito.

ESPORTE

No esporte, Cuba se tornou uma das principais potências olímpicas, com mais de 200 medalhas. Porém versões contam que Fidel ficava todas as premiações dos esportistas. Outras, como a do documentário “Pátria” conta que na verdade Fidel ajudava com as premiações, outras equipes que não tinham condições financeiras.

O esporte passou a ser uma atividade obrigatória em todas as escolas cubanas.

Medalhistas Olímpicos são tratados como heróis tendo uma casa dada pelo governo em áreas nobres do país.

Porém, a política prejudicou o esporte, quando Fidel aboliu a prática profissional, e isso prejudicou os atletas sendo que muitos deles acabam deixando o país para seguirem suas carreiras e disputarem ligas para crescerem no esporte. Fidel proibiu esses atletas de competirem por Cuba nas Olimpíadas.

Obviamente o desempenho geral caiu. A melhor participação Cubana na Olimpíada foi em 1992.

SAÚDE CUBANA

O país foi o primeiro do mundo a receber o certificado da OMS (Organização Mundial da Saúde) a eliminar a transmissão materna do HIV e sífilis.   Os baixos índices de mortalidade infantil e a boa média de vida são bons números mas o fato de serem números oficiais sempre despertam desconfiança. A expectativa de vida na ilha é de 78 anos, o índice de mortalidade infantil é de menos de cinco para cada mil nascimentos.  Porém médicos dissidentes, afirmam que esses números são errados, sempre afirmam que com o menor sinal de complicação grávidas seriam obrigadas a abortar, influenciando na mortalidade infantil.

Um dos problemas de Cuba na saúde é a falta de material em diversos hospitais, mesmo sendo sofisticados. Nem todos os hospitais possuem Tomografia computadorizada por exemplo. Tem gente que até paga suborno para ser atendido de uma maneira mais rápida.  Outro problema é que o Estado subsidiando toda a saúde, o médico não pode trabalhar por conta própria, abrindo clínicas particulares. Cubanos de Miami se operam em Cuba e pagam aos médicos por fora.  Vários médicos vieram para o Brasil, no Mais Médicos.

Vários médicos estão no mundo todo, mandou mais de 250 médicos a África Ocidental para combater a epidemia de ebola recentemente. Mais de 4 mil médicos atuam só na África. Há quem diga que no país tem médicos demais, outros dizem que falta médico.  Porém, na minha visão o grande benefício da saúde é cuidar da população. Cuidar das pessoas de uma forma que no Brasil não vemos o mesmo cuidado.

Por outro lado, a saúde universal e gratuita a todos mesmo sendo um benefício único mas o sistema arcaico do regime não permite que o médico tenha a liberdade para trabalhar fora, tendo a sua clínica própria. O salário de um médico cubano é cerca de 20 dólares. O acesso a tecnologia é extremamente limitado. A indústria farmacêutica é própria.

Essa questão da saúde 100% pública é algo que eu mesmo tenho dúvida na minha ideologia própria.

É um sistema incomum. Com erros e acertos.

ACESSO A INTERNET, INFORMAÇÃO E IMPRENSA

O acesso a informação é pouco também, tendo apenas a televisão estatal, a Internet é totalmente controlada.  Só em 2015 foi aberto um sinal wifi numa praça do país. Existem locais onde as pessoas podem acessar uma Internet discada, locais controlados pelo estado. O acesso é melhor em hotéis e a intranet é do estado. 

Agora começou uma onda de jornais independentes driblando o Estado que sempre enalteceu a figura de Fidel, como o Play Off e o Periodismo de Barrio por exemplo. Em 1959, quase toda a economia foi estatizada, incluindo a imprensa, durante a transição da sociedade e da economia para o socialismo. Até hoje, jornais e revistas permitidas no país estão vinculados financeiramente ao Estado, que mantém todo o controle político e ideológico. Sites e jornais como a da jornalista e blogueira Yoani Sanchez são proibidos.

Jornalistas, fotógrafos e todos que fazem parte da cadeia de produção e publicação são funcionários estatais, não importa se o jornal é nacional ou regional. Isto inclui também os canais de TV –entre os poucos canais estrangeiros, aparecem emissoras venezuelanas. As novelas brasileiras, famosas em Cuba, são exibidas em canais estatais.

O surgimento de veículos de comunicação independentes não é uma novidade. Diversas tentativas foram realizadas durante as últimas décadas. A historiadora Silvia Miskulin, especialista em imprensa cubana, explica que conforme a revolução foi se institucionalizando, sobretudo nos anos 70, o espaço para publicação independentes, consideradas contrarrevolucionárias, ficou praticamente inexistente.

“Foi um período de maior controle intelectual, cultural e da imprensa”, conta Silvia.

Na opinião da especialista, ainda que a internet seja bastante restrita na ilha, ela permite este aumento no número de publicações independentes, dando maior acesso e visibilidade.

“Em períodos em que a crise se acentua, como nesta fase atual da ilha, mais grupos tentam dar voz às suas opiniões dentro do aparato estatal”, explica.

Silva ressalta, entretanto, que muitas vezes todo o material produzido precisa ser enviado para fora o exterior para ser publicado online, já que a internet no país é cara, lenta e passa por censura. “Às vezes, o conteúdo está em um site hospedado em outro país justamente para não ser alvo da censura.”

Silvia lembra ainda que a própria profissão de jornalista é controlada em Cuba. “Para cursar jornalismo em uma das universidades estatais, a pessoa precisa da autorização da UJC (União da Juventude Comunista, que é ligada ao Partido Comunista Cubano. A UJC pode vetar o ingresso se a pessoa não tem o perfil político ou ideológico, e até se não cumpriu obrigações junto à entidade”, diz a historiadora.

DIREITOS HUMANOS

Quando Cuba foi tomada, Fidel matou todos os opositores no paredão, deu declarações considerando a homossexualidade um pecado terrível e perseguiu a quem se opunha ao regime, por isso muitos desertores, por isso muitas pessoas deixaram o país fugindo.

O governo cubano insiste em afirmar que pessoas consideradas “presos de consciência” por organizações de direitos humanos são “espiões, terroristas ou delinquentes comuns” – também são citados como assalariados dos EUA.

Enquanto isso, organizações como a Anistia Internacional sustentam que Havana se baseia em termos ambíguos para punir dissidentes. “Leis que tipificavam ‘desordens públicas’, ‘desacato’, ‘falta de respeito’, ‘perigo’ e ‘agressão’ eram usadas para processar ou ameaçar opositores do governo com processos, por motivos políticos”, afirmou a organização em informe recente.

“Pessoas críticas ao governo continuam sendo alvo de assédio, ‘atos de repúdio’ (manifestações encabeçadas por simpatizantes do governo e com participação de agentes de segurança do Estado)”, apontou ainda o documento.
Outra organização de direitos humanos, a Human Rights Watch, denunciou a realização de 6,2 mil detenções arbitrárias em Cuba entre janeiro e outubro de 2015, que seriam prisões breves para impedir a reunião e protestos de opositores.

Cuba precisa de mudanças, uma abertura maior econômica por exemplo, precisa de democracia, de direitos humanos, precisa de abertura social para que se mostre que a linda ilha não é de poucos, mas de todos. 

Goste se ou não de Fidel, sua morte marca um fim de um ciclo que não se sabe o futuro. O que será de Raul sem Fidel?

Mudanças importantes foram feitas no país. Mas ele foi tudo isso. Foi revolucionário, ditador, sanguinário, o homem que viveu o seu tempo. O homem que é a personificação do socialismo, do Castrismo. 

O que será de Cuba sem Fidel? Melhor? Pior? A certeza é de que não será igual. 

Isso é o que vamos ver. 

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